Angélica viu a pele mudar: como a menopausa afeta a autoestima das mulheres
A apresentadora Angélica, 46, contou que a maior mudança que sentiu no corpo com a menopausa foi a textura da pele e a flacidez do corpo. "A gente vai ficando mais mole, se fica um mês sem malhar, a coisa cai", contou à revista "JP." "Já estou na menopausa e isso para mim foi o que mais mudou."
Para além da aparência e dos sintomas biológicos, o período do climatério — a transição entre a fase reprodutiva, a menopausa (última menstruação) e o pós-menopausa — pode ter uma série de impactos emocionais na vida das mulheres. "Parar de menstruar é um marco do envelhecimento. Em uma sociedade onde juventude e beleza são supervalorizadas, pesa muito", afirma a ginecologista Lúcia Helena Simões da Costa Paiva, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Climatério da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Lúcia afirma que há, inclusive, mais possibilidade de a mulher desenvolver depressão nesse período da vida do que em outros. "Há um componente comprovadamente químico, mas tem o componente psicológico também, que tem a ver com e a repercussão das alterações físicas", afirma.
A ginecologista ressalta duas dessas alterações que afetam diretamente a saúde mental de suas pacientes: a queda na qualidade do sono e as ondas de calor, mas é possível aliviar os sintomas.
"A menopausa altera a qualidade do sono [resultado das mudanças hormonais] e, por isso, muitas mulheres não se sentem bem fisicamente, o humor piora, fica indisposta e menos paciente", diz.
Outra reclamação comum são as ondas de calor, e Lúcia comenta como esse sintoma pode afetar a vida profissional. "Estudos mostram essas ondas de calor interferem muito no rendimento do trabalho. A mulher fica constrangida, começa a suar, muitos locais de trabalho não estão preparados ou não levam isso em consideração."
Menopausa mais cedo do que a média pode ter ainda mais impacto
Angélica contou estar na menopausa aos 46 anos. Segundo Lúcia, é mais cedo do que a média, que fica em torno de 50 e 51 anos. Ainda assim, não é considerada precoce: essa denominação só é usada em casos que acontecem antes dos 40 anos. "Aí, sim, pode haver uma doença envolvida, e será preciso investigar. Mas, depois dessa faixa, é normal."
Mas, se a menstruação parar antes dos 40, a ginecologista salienta que os efeitos emocionais e psicológicos podem ser ainda mais fortes. "Quando vem mais cedo do que vem para maioria, percebo que é mais difícil de lidar. Hoje temos mil recursos estéticos, mas vejo que isso é lutar contra uma coisa que deveria ser natural, que é a passagem do tempo. É preciso aceitar a situação."
"Se for importante para ela a parte física e a beleza, dá para amenizar. Mas tem limite, não dá para brigar eternamente contra [a idade]", afirma Lúcia. "Minha orientação é envelhecer com saúde: fazer exames regulares e atividade física. Mais do que isso é dar murro em ponta de faca."
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