Erros que levam à gravidez: não é só camisinha furada, como a de novela
Camila (Jessica Ellen), em "Amor de Mãe", engravidou de Danilo (Chay Suede), porque as camisinhas que eles usavam para se proteger foram furadas por Thelma, personagem de Adriana Esteves. Até aí, uma cena muito bem amarrada que ficou na ficção —apesar de ter levantado debate ético, inclusive pelo fato de a ação ser criminosa.
Acontece que não é só assim que as pessoas engravidam sem querer. Você já ouviu alguém falar, em tom de brincadeira, que o nome do bebê será DIU— em referência ao dispositivo intrauterino usado para evitar gravidez— por que o método falhou?
E já fez (ou conhece alguém que faz) o chamado coito interrompido? Quais são as chances de esses e outros métodos contraceptivos terem eficácia comprometida?
Conversamos com a ginecologista natural e obstetra holística Debora Rosa para entender que comportamentos podem expor o casal a uma gravidez.
Práticas mais comuns que levam à gravidez
Um descuido na hora da transa e nenhum dos dois reparou que a camisinha estourou. A mulher esqueceu de tomar a pílula anticoncepcional na hora e no dia certo e o casal transou sem camisinha. Essas são apenas duas das situações que podem resultar em gravidez.
Saiba o que fazer se isso acontecer com você e quais são os outros deslizes mais comuns, de acordo com a ginecologista Debora Rosa:
- Guardar a camisinha de forma errada ou por muito tempo: "Ela não pode ser guardada em carteira, carro, porque são ambientes quentes", diz a médica.
O material do preservativo pode sofrer alterações nestas condições. Também é indicado deixá-lo longe de objetos pontiagudos. Por fim, é importante verificar a data de validade do produto.
- Não reparar que a camisinha está furada: neste caso, a médica recomenda encher a camisinha com água, após ser utilizada, para verificar se ela tem furos. Caso apareça vazamentos, o casal deve tomar providências (tanto para investigar possíveis ISTs e, se necessário, a prescrição de pílula do dia seguinte).
- Não perceber que a camisinha saiu durante o sexo ou estourou: neste caso, caso a mulher não queria correr o risco de engravidar, é indicado buscar orientação médica para a prescrição de pílula do dia seguinte.
- Esquecer de tomar pílula anticoncepcional: "No meu atendimento clínico, vejo muita gente engravidando com pílula, porque tomou errado, esqueceu algum dia. Não pode. Tem que ser na mesma hora, escolhendo o período do dia, e todos os dias", explica Debora.
- Tentar fazer coito interrompido: ao lado do uso de espermicida, o método é considerado como "pouco efetivo" pela Organização Mundial de Saúde. Conhecida como "gozar fora", a técnica pode ser arriscada: isso porque é necessário que o homem tire o pênis de dentro da vagina antes de ejacular. Sem contar que não é só na ejaculação que há espermatozoides.
"Existe um fluido de lubrificação da uretra, que vem antes da ejaculação e o homem não pode controlar. Ele contém espermatozoides, em um volume menor, mas contém", explicou Thaís Dias, médica da família do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, em entrevista para Universa.
Vale dizer que o DIU (dispositivo intrauterino) mal posicionado também diminui a taxa de eficácia do método. Também há métodos naturais de controle de fertilidade, como a percepção deste período no corpo da mulher (pela autoavaliação do muco vaginal e da altura do colo uterino). A percepção pode ser orientada por uma profissional de ginecologia natural— e é combinada com abstinência sexual nos dias em que a mulher sabe que está fértil.
Eficácia dos métodos contraceptivos
De fato, nenhum método contraceptivo é 100% seguro (apenas a abstinência sexual, como o polêmico projeto do Governo propõe como prática para reduzir os casos de gravidez indesejada). Em qualquer método, defende as organizações de saúde, há taxas de falha diferentes entre o uso correto e o habitual (ou seja, o que de fato acontece).
Vale dizer, ainda, que só o uso de camisinha previne contra infecções sexualmente transmissíveis e que a proteção dupla (usando dois métodos) é mais eficaz.
A Organização Mundial de Saúde, a OMS, os classifica da seguinte forma:
Menos eficazes (30 gravidezes por 100 mulheres ao ano):
- Coito interrompido
- Espermicida
Com eficácia maior
- Preservativo masculino
- Camisinha feminina
- Diafragma
- Métodos de percepção do período fértil
Ainda:
- Métodos contraceptivos injetáveis na mulher
- Amenorréia Lactacional (é a infertilidade natural após o parto, contanto que a menstruação não tenha retornado e a mulher esteja em amamentação integral ou quase, diz a OMS. Apesar disso, há risco de engravidar nesse período, e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia considera uma "escolha menos útil para fins de planejamento familiar")
- Pílula anticoncepcional
- Adesivo hormonal para mulheres
- Anel vaginal
Mais eficazes (menos de uma gravidez por 100 mulheres ao ano):
- Implantes
- DIU
- Esterilização feminina
- Vasectomia
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