Mulher é morta a tiros dentro de ônibus; suspeito, ex se matou em seguida
Uma mulher de 35 anos foi morta a tiros dentro de um ônibus, na manhã de hoje, em Marília, interior de São Paulo. O suspeito é o ex-marido dela, que se matou na sequência. O caso foi registrado como feminicídio.
De acordo com a Polícia Militar, Elizabeth Aparecida Porta Raimundo estava no coletivo seguindo para o trabalho, por volta das 5h30, quando o ex-marido entrou no ônibus. Cristiano Rodrigo Raimundo, 40, teria efetuado um disparo dentro do veículo e pediu para o motorista estacionar. O tiro acertou uma poltrona do veículo.
Cristiano, ainda segundo a polícia, puxou Elizabeth para fora do ônibus e tentou obrigá-la a entrar em seu carro, que estava estacionado próximo. A mulher conseguiu se soltar do rapaz e voltou para dentro do ônibus. Cristiano então foi atrás dela e deu quatro tiros.
Após o crime, Cristiano fugiu. Ele estacionou o carro na avenida da República, no bairro Palmital e foi encontrado com com um tiro na cabeça.
Elizabeth e Cristiano tiveram um relacionamento de quatro meses e estavam separados desde dezembro. A mulher deixa um filho de outro relacionamento. Ela já tinha registrado boletins de ocorrência contra o ex-marido por ameaça.
Rotina da vítima e ameaças
De acordo com a polícia, Cristiano conhecia bem a rotina da ex-mulher e planejou o crime. Por volta das 5h da manhã, ele foi até o ponto de ônibus do Distrito Padre Nóbrega e aguardou o coletivo. Logo que ele entrou no veículo e o motorista apagou as luzes, como era de praxe, ele já abordou Elizabeth.
A polícia não soube precisar quantas pessoas estavam no ônibus no momento do crime. Todos conseguiram descer do veículo e não se feriram.
Elizabeth trabalhava em uma indústria de alimentos e fazia a mesma rota todos os dias.
Segundo Viviane Sponchiado, delegada da Delegacia da Mulher de Marília, Elizabeth já havia registrado dois boletins de ocorrência de ameaça contra o ex-companheiro, o último deles no dia 15 de janeiro.
"Em dezembro, ela procurou a delegacia e relatou que após terminar seu relacionamento, estava sendo ameaçada pelo ex-companheiro que não aceitava o término. Foi pedida uma medida protetiva para ela e nós a acompanhamos até a casa onde eles moravam para garantir a segurança dela enquanto retirava suas coisas do imóvel", disse a delegada.
Após essa primeira ameaça, Elizabeth mudou-se de casa com o filho, uma criança de nove anos. Porém as ameaças continuaram por meio de mensagens por aplicativo de celular. O suspeito chegou a ser chamado na delegacia para prestar depoimento.
"Ele negou as ameaças e disse que ele e a Elizabeth estavam conversando para reatar o relacionamento. Ele até apresentou uma carta dizendo ser escrita pela ex", afirmou Viviane.
A reportagem tentou contato com familiares de Elizabeth, porém ninguém atendeu às ligações.
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