Conviver com o ex, sim ou não? Como agir quando situação é inevitável
Namorar um colega de trabalho ou aquele amigo de faculdade é muito comum. Afinal, as oportunidades de paquera nestes ambientes são muitas. Aqueles almoços, o intervalo para o cafezinho e a festa da firma acabam sendo um convite para quem já demonstra um interesse a mais.
Agora, se o relacionamento termina e os dois têm que conviver todos os dias, a coisa pode mudar de figura. É difícil até imaginar ficar vendo o ex com o novo amor o tempo todo, os colegas perguntando sobre um possível retorno ou ele sabendo de tudo que pode acontecer no seu dia a dia.
Nessas horas, como sair das fofocas e da famigerada saia-justa? Procuramos mulheres que já passaram por isso e contam como foi.
"Precisei abandonar o curso"
"Meu primeiro namoro 'sério' durou oito meses, mas acabou porque, aos poucos, ele foi se mostrando muito possessivo. Não me deixava sair com meus amigos, nem ir ao cinema sem ele. Fazíamos um curso de inglês juntos e, certo dia, tive uma prova muito importante, mas em outra cidade - moro em Rio das Ostras (RJ) e precisava ir até Macaé. Não sabia como chegar ao local exato e resolvi ir com um amigo. Meu namorado surtou, brigou feio comigo. Quando terminamos, ainda descobri que ele havia me traído. 'Tudo bem', pensei. Com o fim do namoro, me afastaria um pouco, mas não via necessidade de mudar de sala de aula. Certo dia, ele foi à minha casa, devolver algumas coisas. Só que ele tentou me agredir, falando que, se eu não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém. Meu pai se meteu, fomos até a casa dos pais dele, conversamos e, enfim, achei que a história terminaria ali. Não terminou. Na aula, me pediu para voltar. Nada que eu falava adiantava. Tive que trocar de turma e horário, o que me prejudicou muito. Fiquei desfalcada e desestimulada a estudar. Para meu espanto, ele pediu para trocar para a mesma turma que eu havia mudado. As tentativas de retomar o namoro, que eu não queria, continuavam. Eu tive que sumir do curso, porque não aguentava mais a perseguição" -
Ana Beatriz Barreira, 20 anos, estudante.
"Descobri que era casado com outra, da mesma empresa"
"Eu e o Victor trabalhamos no mesmo lugar. Quando entrei, ele já era funcionário. Nos falávamos sempre pelo Skype e, depois de alguns contatos, descobrimos coisas em comum, como malhar na mesma academia. Na festa de fim de ano da firma, nos conhecemos pessoalmente. A partir daí, começamos a nos envolver e compartilhar momentos, como: almoço, treino e cafés da tarde. Depois de seis meses, descobri que ele era casado com outra mulher, que trabalha na mesma empresa. Terminei e deixei bem claro que sabia que não era 'a namorada', como pensava, e sim um caso extraconjugal. Desde então, tenho que conviver com ele, mas graças a mudanças internas, nossas áreas não estão mais ligadas. Apesar disso, ele insistia em enviar e-mails diretamente para mim, a fim de resolver assuntos profissionais. Optei por redirecionar o contato para a área responsável e indicar outras pessoas para responderem por mim. Decidi manter o mínimo de contato e o evito o máximo possível. Encontrava-o com a esposa pelos restaurantes próximos e me sentia muito incomodada de, em algumas vezes., ela me atacar com xingamentos. Precisei até procurar uma terapeuta que, durante dois meses, me ajudou a lidar com isso e entender que tudo foi culpa unicamente do caráter dele e seu poder de manipulação. Hoje, sigo leve, com olhar de quem descobriu a tempo como se livrar de problema maior no futuro" - Cristiane P., 32 anos, analista de sistemas.
"Convidei para trabalhar comigo"
"O meu ex foi meu professor de dança de salão. Começamos a namorar e logo decidimos morar juntos. Ficamos 14 anos dividindo a mesma casa. A gente sempre foi muito parceiro e até montamos uma empresa de marketing juntos. Sempre tive muito amor por ele e vou ter pelo resto da vida, mas chegou um momento em que o tesão acabou e ficamos somente amigos. Nos separamos em 2016, porém, continuamos convivendo em harmonia. Como nossa parceria profissional era perfeita, não havia motivo para rompê-la. Montei um hostel e o convidei para trabalhar comigo. Nosso dia a dia é tranquilo, superprofissional. Tenho plena confiança nele, ainda mantemos contas conjuntas e ele tem até a minha senha do banco. Muitas pessoas não acreditam que não vivemos mais como marido e mulher. Já cansei de explicar que, se desejássemos, ainda estaríamos casados até hoje. E as pessoas com quem nos relacionamos hoje sabem que não poderão impor uma quebra na nossa relação" - Daniela Falcão, 56 anos, empresária
Como agir quando o ex está presente no dia a dia
A coach Luiza Vono dá dicas para quem precisa conviver com o ex no mesmo ambiente:
- Comece tomando a decisão de fazer o que precisa ser feito, mesmo que tenha vontade de agir de forma contrária ou seja difícil. A vida é feita de escolhas e nem sempre elas são fáceis. Do contrário, todas as outras dicas a seguir não servirão para nada.
- Aceite que ele não quer estar com você - e tudo bem! Além disso, não há nada de errado contigo. Não fique para baixo, nem se sinta desvalorizada. "Quando uma pessoa escolhe comprar uma blusa vermelha em vez da preta não significa que a preta é menos bonita. A pessoa apenas optou por uma e não outra e isso diz sobre as escolhas dela e o que faz sentido dentro do guarda-roupa, sem relação com valor ou beleza", compara a coach.
- Cuide ainda mais de você. É tempo de caprichar na make, colocar a roupa que faça se sentir maravilhosa, mudar o visual e ter outros cuidados. Preocupar-se com a autoestima, olhando para aspectos externos, traz resultados rápidos, apesar de serem mais superficiais e momentâneos. Em todo caso, é um excelente começo.
- Aproveite o momento para aprender algo completamente novo, que sempre teve vontade, mas nunca deu oportunidade. Cantar, dançar, aprender idiomas ou sobre vinhos, tocar um instrumento, surfar... São infinitas as possibilidades! Quando você investe em aprendizado, eleva a autoconfiança e desvia rapidamente o foco para um universo novo, que pode, inclusive, abrir portas para conhecer pessoas novas.
- Faça um detox total do ex: converse apenas o que estiver estritamente relacionado a algo em comum entre vocês: filho, trabalho ou projetos, por exemplo. Quanto menos contato, melhor. Também não arrume pretextos para falar com ele.
- Fuja dos papos, festas e outros ambientes em que ele esteja presente, caso você ainda alimente algum sentimento. Mesmo que tenham amigos em comum, não é momento para isso. A hora é de cuidar do seu emocional e se fortalecer.
- Cuidado com pensamentos do tipo: "meus amigos não têm nada a ver com isso; quero ir por eles". Perceba se é esta frase é real ou se está criando desculpa para ter um novo encontro, na expectativa de uma nova oportunidade. Pergunte-se: "Eu realmente vou ficar bem se encontrá-lo e ele não me notar ou se estiver com outra pessoa?"
- Não queira ser a legal ou boazinha e sorridente, que finge estar tudo ok na frente dos outros e desaba a chorar quando chega em casa. Se o ex ainda mexe com você, esteja o mais longe possível, com o mínimo contato, para não criar expectativas irreais e, por consequência, grandes frustrações e tristezas.
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