Xangô, o grande rei dos orixás, promete justiça nos próximos meses
Além de regências astrológicas e numerológicas, dentro do candomblé, de matriz africana, e da umbanda, de origem afro-brasileira, todo ano tem um orixá que governa o ciclo de 12 meses. A divindade é descoberta através do jogo de búzios e cada casa tem os seus orixás regentes também. Desta vez, o comando é de Xangô.
"Pode variar de acordo com cada casa, terreiro ou família de candomblé. No ato da consulta ao oráculo para determinar a regência do ano para minha comunidade espiritual, Xangô aparece como o principal regente", pontua o babalorixá Diego de Airá.
Compromisso com a verdade
O chefe espiritual explica que Xangô é o grande rei dos orixás. Ele é encontrado na natureza, nos raios e trovões, na faísca gerada entre o atrito das pedras. Também é conhecido como o Deus do Fogo e, por essa razão, é detentor de um grande poder mítico ligado ao elemento.
Em seu aspecto social, Xangô é o senhor da justiça, dono da verdade e do equilíbrio no universo, aquele que fiscaliza a balança do mundo, patrono das leis e da política.
"O orixá vem trazendo e buscando ordem em meio ao caos, com alternativas para resoluções que, outrora, não teriam chance de serem finalizadas. A energia de Xangô é reguladora e severa. Ele tem um compromisso com a verdade e a transparência. Portanto, tudo o que estiver oculto virá à tona para que o equilíbrio seja estabelecido", fala Diego.
São aspectos, inclusive, que remetem à ação do Sol enquanto regente de 2020 na astrologia.
Por uma sociedade mais sã
O babalorixá conta que Xangô, diante do caos social, vem para tentar resgatar e reestabelecer uma sociedade que, em suas palavras, está doente e carente de cuidados.
"Tendencialmente, os desequilíbrios vividos na sociedade serão remodelados e grandes acontecimentos poderão reviver a humanidade daqueles que estavam cegos pelas diferenças. Catástrofes naturais e epidemias podem ser responsáveis pelo começo da ordem no mundo", aponta.
Assim, os extremismos serão postos em xeque e os excessos, obrigados a se equilibrarem. "Com a onda de conservadorismo, violência e caos que temos vivido, Xangô traz à tona a revalidação do caráter, das boas ações, dos bons costumes e a necessidade de potencializar o valor da conduta humana", afirma Diego.
Ou seja, pessoas com boas atitudes terão um ano potencialmente positivo. "Já aquelas que vivem tentando ganhar vantagem pagarão um preço alto, sem direito a perdão", revela.
Justiça, acima de tudo
Isso acontece porque o orixá é a personificação da justiça. De acordo com Diego de Airá, as pessoas serão testadas o tempo todo. "Mas nosso maior juiz será nossa própria ação", aponta.
O babalorixá destaca a necessidade de vigia constante, "para que não sejamos os geradores dos nossos próprios problemas". Para ele, ninguém está imune a tal energia - o que não precisa ser motivo de medo. "Xangô preza a verdade, a justiça, a transparência. Quem agir ao lado de Xangô estará imune às punições dele", garante.
A política, inclusive, será impactada pela regência do orixá. Xangô vem dar um basta ao cenário. A transparência vai tomar conta para que tudo seja revelado, abrindo caminho para mudanças importantes que precisam acontecer.
"O radicalismo, o clima de tensão e de revolta tendem a amenizar. O bom senso deverá tomar conta das pessoas, que vão recuperar sua humanidade, por bem ou por mal", crava Diego.
Baba de quiabo para proteção
O chefe espiritual observa que, para saber mais sobre o ano pessoal de cada pessoa, basta procurar um sacerdote que possa trazer orientações através do oráculo. Assim, é possível descobrir, dentro da individualidade, a melhor maneira de percorrer este ano.
"Por ora, digo para usarem e abusarem do bom e velho quiabo. Cortado em rodelas e amassado com água, cria muita baba, que pode ser passada no corpo e funciona como um selante natural, rápido e prático. É excelente rito de proteção nos caminhos de Xangô", aconselha o babalorixá.
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