De salto alto, estudante dança Pabllo Vittar na formatura: "Empoderamento"
A sisudez de uma formatura foi abalada pela performance de um estudante de Relações Internacionais da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre. De salto alto vermelho e shorts dourado, Eduardo Rius, 23, dançou a música "Parabéns", de Pabllo Vittar, durante a colação de grau em 3 de fevereiro. Sob aplausos, seguiu a coreografia completa em cima do palco, que incluía reboladas e descidas até o chão.
Para o Universa, ele contou que a intenção era chamar a atenção para a representatividade LGBT. "Muita gente disse que eu queria me aparecer, mas não se trata de exibicionismo. A comunidade LGBT sempre teve tantos espaços que lhe foram negados, são poucas conquistas como essas que trazem um pouco mais de voz para nós. Temos que colocar a nossa cara a tapa, é um momento nosso", conta.
Rius temia uma reação contrária à performance. "Fiquei com receio de receber vaias, de alguém jogar alguma coisa, de ter reprovação dos pais que estavam lá. Mas não. Teve muitos pais e avós que se levantaram e aplaudiram. Foi um momento diferente, único." Após a publicação dos vídeos nas redes sociais, diz que não está lendo os comentários ofensivos. "Sabia que podia dar repercussão negativa."
Nesta segunda-feira, o post atraiu críticas do "guru" bolsonarista Olavo de Carvalho.
Na plateia do anfiteatro da UFRGS, estavam os pais de Rius e o avô dele, de 82 anos. "Eles reagiram bem, sabem que sou gay, me conhecem. Na hora, sabiam que teria surpresa. Meu avô apoiou." Rius cita empoderamento como motivador. "Era mais uma questão de emponderamento daquele espaço, se afirmar e colocar diante da sociedade ao invés de afrontar. O simples fato de caminhar na rua já é uma afronta para nós", complementa.
A performance foi planejada por três anos. Inicialmente, Rius pretendia entrar com uma música de Anitta, mas mudou de ideia após a música de Pabllo Vittar ser lançada. Apesar do planejamento, acabou perdendo o sapato de salto alto dentro de um carro de aplicativo e precisou pegar emprestado de um amigo, com diferença significativa de numeração. "Ele calça 43 e eu 40-41. Fiquei com medo de cair no chão."
Rius começou a usar o salto alto em 2016 em festas e confraternizações da faculdade. Passou a levar o acessório até quando viaja. "Para nós, usar o salto alto é uma questão de emponderamento, traz uma ideia de poder." O recém-formado é de Ibirubá, a 293 quilômetros de Porto Alegre. Mora na capital gaúcha há seis anos.
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