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Bolsonaro, Doria e Crivella ganham "Troféu Pau de Sebo" em 'Oscar LGBT'

7.nov.2018 - João Doria, governador de São Paulo, se reúne com Jair Bolsonaro (PSL) em Brasília - Divulgação/Assessoria João Doria
7.nov.2018 - João Doria, governador de São Paulo, se reúne com Jair Bolsonaro (PSL) em Brasília Imagem: Divulgação/Assessoria João Doria

Marcos Candido

De Universa

13/02/2020 11h25

O presidente Jair Bolsonaro, o governador paulista João Dória, o prefeito carioca Marcelo Crivella e até instituições como a Anvisa estão entre os vencedores categoria "Pau de Sebo do Ano" na edição de 2019 do "Oscar LGBT".

Do outro lado, nomes como Felipe Neto, o time de futebol Bahia, prefeituras, governos e emissoras de televisão foram indicados na categoria positiva do prêmio: o Troféu Triângulo Rosa.

Desde o início da década de 90, o Grupo Gay da Bahia (GGB) encabeça o "Oscar LGBT", realizado sempre e após a premiação do Oscar, elencando nomes que contribuíram ou obstruíram a pauta no ano anterior. Além do grupo baiano, participam do júri a Aliança Nacional LGBT+ e Grupo de Dignidade de Curitiba.

"Infelizmente, tivemos mais uma vez um presidente da república como um dos destaques dentre os que pisaram na bola da cidadania LGBT", diz Luiz Mott, fundador do GBB. A proibição à campanha publicitária do Banco do Brasil com modelos LGBT e a ofensa contra um jornalista a quem chamou de "cara de homossexual terrível" são duas justificativas para a escolha. Doria e Crivella foram indicados ao Pau de Sebo por censurarem publicações com conteúdo LGBT. A Anvisa levou o Pau de Sebo pela restrição à doação de sangue de doadores homossexuais.

Dilma Rousseff foi a primeira presidente da república a receber o troféu Pau de Sebo em 2012 pelo veto ao kit anti-homofobia. Lula, FHC e Fernando Collor receberam o prêmio positivo do Triângulo Rosa por políticas consideradas respeitosas à população LGBT.

Vencedores do troféu Triângulo Rosa

Entre os vencedores do Triângulo Rosa estão empresas de telemarketing que contrataram atendentes transgêneros, o aplicativo Uber, a atriz Camila Pitanga, por ter tornado pública sua orientação sexual, e atriz Glamour Garcia, primeira trans global. O ministro Celso de Mello e o Supremo Tribunal Federal saíram vitoriosos após relatarem ação que criminalizou a homofobia, em junho de 2019.

Triângulo Rosa remete à identificação imposta pelo regime nazista contra LGBTs. O símbolo é visto como uma forma de resistência pela comunidade LGBT desde então.

Os eleitos vão receber um diploma pelo Correio com seus respectivos troféus.