"A casa mais feminista do BBB": a evolução do reality até os tempos atuais
Não é a primeira vez que o Big Brother Brasil fala sobre feminismo: ao longo de 20 anos, muitos participantes questionaram as desigualdades entre homens e mulheres. Diferentes acontecimentos também levaram os telespectadores a debaterem sobre o que é certo e o que é errado com relação ao assunto. Em alguns casos, acusações de assédio sexual e de violência contra a mulher se tornaram alvo de investigação policial.
Relembre a seguir momentos em que o BBB focou em questões do universo feminino — e as diferentes maneiras como os assuntos foram tratados ao longo do tempo, até se tornarem o tema principal do jogo na edição atual, que vem sendo chamada de "a mais feminista da história".
1. "Relaxa, aconteceu"
A segunda edição do BBB foi histórica: exibiu, pela primeira vez, uma cena de sexo real na TV Globo. O momento foi protagonizado por Tarciana Mafra e Jeferson de Oliveira. Apesar das críticas, o programa atingiu 48 pontos de audiência com a cena. O que chamou atenção, no entanto, foi a forma como os participantes foram tratados depois.
Na época, Jeferson se mostrou tranquilo com a situação. "Aconteceu, relaxa", disse logo após o ato. No momento da eliminação, falou sobre o assunto de forma desinibida. Em compensação, Tarciana se preocupou com a forma como seria vista fora do reality e chegou a ser criticada pela família na mídia.
2. O galã do BBB
Diego Alemão, vencedor do BBB 7, ficou conhecido por manter um relacionamento simultâneo com Íris Stefanelli e Fani Pacheco no reality. Ano passado, no programa Altas Horas, Alemão foi questionado por Gleici Damasceno, vencedora do BBB 18, se o resultado teria sido o mesmo hoje em dia.
"Eu acho interessante que por parte delas estava tudo bem. Hoje acredito que se isso acontecesse, por causa das redes, porque a sociedade vem mudando aos poucos, já teria sido uma polêmica maior. Não sei se a galera teria achado isso tão legal assim", ela opinou. Na edição atual, Guilherme Napolitano vive um romance com Gabi Martins, mas perdeu a fama de bom moço ao demonstrar interesse também por Bianca Andrade.
3. A polêmica Tessália
Tessália Serighelli, que estava no elenco do BBB 10, deixou a casa com alto índice de rejeição. Ela não apenas ficou marcada como vilã do programa, mas também foi duramente criticada pelo comportamento sexual. Após se envolver com o publicitário Michel Turtchin e ter ido para debaixo do edredom com ele, ganhou apelidos pejorativos. Na época, ela tinha 22 anos. Em entrevista recente ao GShow, Tessália disse que não teria sido tão julgada se o mesmo tivesse acontecido hoje.
4. O primeiro caso de polícia
A primeira vez na qual o BBB gerou uma grande movimentação feminista nas redes, que envolveu tanto telespectadores do programa quanto pessoas que não assistiam ao reality, foi durante a décima segunda edição. Após uma das festas, a participante Monique Amin foi para o quarto com o modelo Daniel Echaniz.
Lá, os telespectadores notaram o rapaz fazendo movimentos que sugeriam um ato sexual enquanto Monique parecia desacordada. Daniel foi expulso por uma acusação de estupro — e a repercussão do caso serviu de alerta à sociedade: pessoas alcoolizadas não são capazes de consentir atos sexuais.
5. Prisão por estupro de vulnerável
O BBB 16 teve como participante Laércio de Moura, que foi motivo de diversos desentendimentos na casa. Durante o jogo, ele revelou aos demais que gostava de se envolver com meninas "novinhas", que aparentavam ser mais jovens do que eram. Pela forma desconfortável como encarava Munik Nunes, a mulher mais jovem da casa, foi chamado por Ana Paula Renault de "pedófilo".
Sua eliminação também ficou marcada. Durante o típico discurso de despedida, o então apresentador Pedro Bial foi acusado de romantizar a pedofilia após dizer: "Você e suas Lolitas, suas Anitas e a maioridade. Você e sua idade. Você que passa do ponto. Você e pronto", poetizando sobre a participação de Laércio no jogo. Poucos meses depois da eliminação, após ser investigado, ele foi condenado a 12 anos de prisão por estupro de vulnerável.
6. Violência contra a mulher ao vivo
No BBB 17, mais um participante foi expulso e precisou responder por um crime. Marcos Harter vivia um romance conturbado com Emilly Araújo no confinamento. Após idas e vindas, os dois tiveram uma discussão próximo à final do reality. Durante a briga, Marcos colocou a jovem contra a parede e elevou o tom de voz com o dedo em riste próximo ao seu rosto. Após uma investigação, foram constatadas marcas de agressões físicas no seu braço. Com isso, o médico foi expulso do reality e foi indiciado por agressão.
7. Os militantes do BBB 19
Por mais que o BBB 20 ganhe fama de politizado, seu antecessor também teve momentos intensos de debates sociais. Hana Khalil, Gabriela Hebling, Elana Valenaria, Rodrigo França, Danrley Ferreira e Rízia Cerqueira formaram no reality um grupo que ficou conhecido como "gaiola". A edição ficou marcada por frases ofensivas — a vencedora Paula von Sperling foi acusada de racismo por diversas vezes e chegou a ser processada por intolerância religiosa após a participação no programa. Apesar disso, seu grupo "rival" no jogo debateu questões importantes sobre racismo, feminismo, desigualdade social e homofobia.
8. "A casa mais feminista do BBB"
A edição atual do programa conta com um exército de mulheres feministas. Tanto que, até o momento, apenas homens foram eliminados do jogo. Muitos dos desentendimentos da casa ocorreram porque o grupo feminino entendeu que o masculino estava usando de machismo nas estratégias e decidiu contestá-lo. As participantes que mais se destacam quando o assunto são as "lições feministas" são Manu Gavassi e Marcela Mc Gowan. Enquanto a cantora já abordou assuntos como sororidade e feminicídio em frente às câmeras e se recusou a deixar um recado para o colega de reality Hadson Nery, a ginecologista aproveitou seu conhecimento profissional para falar sobre sexualidade e autoestima.
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