Vereadora recebe bilhete em sessão por calça rasgada: "não está adequada"
A vereadora Tatiana Nogueira (PSDB), de Araucária (PR), na região metropolitana de Curitiba, registrou hoje um boletim de ocorrência por injúria contra um homem que lhe entregou um bilhete com uma frase machista durante uma sessão na Câmara Municipal. Ela foi criticada por usar uma calça rasgada, que mostrava partes das coxas. A sessão ocorreu na segunda-feira (17).
O homem, que acompanhava a sessão nas galerias, entrou no plenário e entregou pessoalmente o bilhete com a frase "Desculpa, sua roupa não está adequada para uma vereadora no local de trabalho". Na assinatura, ele se identificou como Lacerda.
"O problema não era a calça rasgada, mas pelo fato de a calça mostrar partes das minhas coxas. Então eu não posso ir de saia também? Ele entregou pessoalmente depois de me cutucar por trás. Vi o bilhete e não acreditei na hora, pois com tanta coisa importante, ele olhou a minha roupa", conta a vereadora para Universa.
O regimento interno da Câmara de Araucária, que tem 15 vereadores, não dispõe de regras que regem a vestimenta dos parlamentares. A calça usada pela vereadora é jeans com rasgos. O caso foi registrado como injúria e será investigado pela Polícia Civil de Araucária.
"Eu me senti constrangida porque em vez de olhar o meu trabalho, viu a minha roupa. Ele poderia criticar o meu trabalho, isso não teria problema. Agora a roupa não define caráter de alguém. Tem muito machismo nisso. O tempo mudou e as coisas mudaram. Procurei a polícia por preconceito e injúria", disse a parlamentar, que está no primeiro mandato.
A vereadora afirma desconhecer o homem. Ele seria membro do Conselho Municipal de Saúde de Araucária. Universa conseguiu identificá-lo e enviou mensagens em suas redes sociais, porém, o homem não respondeu até a publicação da reportagem.
Em um trecho da transmissão online da sessão da Câmara de Araucária, os microfones da mesa da parlamentar estão ligados e captam o momento em que o homem questiona a vestimenta depois de entregar o bilhete à vereadora.
"Não é uma roupa adequada para uma vereadora. Sou um cidadão araucariano. É uma mulher política, a senhora está errada, tem que dar mais respeito na casa do povo, essa roupa não é adequada para uma vereadora. Se você está na rua, pode andar o jeito que quiser. Isso não é preconceito", argumentou o homem, enquanto a vereadora concordava de forma irônica: "Tá bom, tá bom".
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