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Após censura de Crivella, prefeitura do RJ abrirá bandeira LGBT no Carnaval

Após censura e beijo entre dois homens, prefeitura carioca vai abrir faixa para promover direitos e orgulho LGBT em bloco de Carnaval - Reprodução
Após censura e beijo entre dois homens, prefeitura carioca vai abrir faixa para promover direitos e orgulho LGBT em bloco de Carnaval Imagem: Reprodução

Marcos Candido

De Universa

21/02/2020 13h53

A Prefeitura do Rio de Janeiro vai abrir um "bandeirão" de 30 metros com as cores da bandeira LGBT na terça (25) de Carnaval. A iniciativa é uma resposta ao episódio em que o prefeito Marcelo Crivella mandou recolher uma história em quadrinhos com dois personagens masculinos que se beijam, em agosto.

A coordenadoria de diversidade, responsável pela confecção da bandeira, diz que a bandeira não tem relação com Crivella e foi feita com uma vaquinha entre servidores e Erick Witzel, trans e filho do governador fluminense Wilson Witzel.

Pelo episódio, Crivella e a prefeitura foram processados por instituições em defesa dos direitos LGBT. O caso aconteceu durante a 19º Bienal do Livro no Rio de Janeiro. O Tribunal de Justiça fluminense autorizou e o prefeito enviou fiscais da prefeitura para tirar os quadrinhos da prateleira. A investida criada para agradar eleitores do prefeito gerou forte reação contrária.

O "bandeirão" LGBT será aberto na abertura do Candy Bloco, na região central do Rio. A iniciativa partiu da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual do Rio, liderada por Nélio Georgini, presbiteriano gay que também foi convocado para "apagar o incêndio" causado pela tentativa de censura por Crivella durante a Bienal.

O Candy Bloco, por sua vez, é encabeçado por Beni Falcone, músico que atuou em novelas da "Record", como "Rebelde". A emissora pertence ao Bispo Macedo, líder da Igreja Universal e 'padrinho' de Crivella.

"Ocupar um espaço da cidade do Rio de Janeiro, se fazer presente na rua, celebrando o amor, a convivência pacífica e a tolerância é a maneira mais linda de se fazer política e de se entender como cidadão carioca", afirma o músico em nota.

Tentativa de censura gerou reação

À época da censura, entidades LGBTs pediram R$ 1 milhão por danos morais coletivos. O youtuber Felipe Neto comprou e distribuiu gratuitamente ao público todas as edições censuradas. A ordem de censura foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na decisão, o ministro Dias Toffoli ressaltou que o "regime democrático pressupõe um ambiente de livre trânsito de ideias".

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferente do informado, Nélio Georgini não é pastor. A informação foi corrigida.