"Bebi e esqueci": BBB é exemplo de como o álcool pode atrapalhar a relação
Bianca Andrade foi eliminada na última terça-feira do BBB 20. Ontem, durante um café da manhã no programa Mais Você, foram exibidos alguns dos momentos mais polêmicos da influenciadora no reality, a fim de que ela comentasse cada um deles. No compilado, estavam as cenas de uma festa na qual Bianca disse para o colega de confinamento Guilherme Napolitano: "Vou beijar você. Sai de perto de mim".
Por ser comprometida, a influenciadora foi julgada na internet. O burburinho aumentou quando seu namorado fora da casa, o cantor Diogo Melim, apagou as fotos de casal do Instagram logo após o ocorrido.
Em conversa com a apresentadora Patricia Poeta, a ex-BBB garantiu não se lembrar do diálogo por causa do excesso de álcool no corpo. "Eu tenho que ver o que acontece comigo quando eu bebo. Não lembro de nada do que acontece", justificou.
Para especialistas, o caso é exemplo de como o consumo excessivo de álcool pode influenciar negativamente as relações amorosas. A seguir, psicólogas explicam quais comportamentos e desentendimentos são mais comuns quando uma das partes do casal exagera na bebida —e como lidar com eles.
Falar "umas verdades"
De acordo com Marina Prado Franco, mestre em psicologia clínica, o álcool é uma substância psicoativa, por isso altera o comportamento de quem o consome em grandes quantidades. "Quem é mais tímido pode enxergar nele uma ferramenta facilitadora para as relações sociais. A pessoa se sente mais leve, solta", exemplifica.
Com isso, pode aparecer também a coragem de fazer queixas sobre a relação que até então vinham sendo mantidas em segredo. "Como o autojulgamento diminui, muita gente aproveita o momento para soltar o verbo", diz. No entanto, a profissional alerta que essa não é a melhor hora para uma discussão de relacionamento.
"O conselho é se colocar em um local de escuta e guardar as informações para tocar no assunto novamente no dia seguinte, sem acrescentar interpretações, apenas repetindo o que foi dito e pedindo para que o outro explique o que quis dizer", orienta.
Ellen Moraes Senra, psicóloga e especialista em terapia cognitivo-comportamental, acrescenta: "Nem sempre a pessoa consegue elaborar um discurso coerente. Às vezes cria fantasmas na própria cabeça, discute e, no dia seguinte, percebe que o desentendimento foi desnecessário". Por isso, na sua opinião, é importante conversar quando ambos estiverem sóbrios.
Ficar mais soltinho
Por causar um efeito desinibidor, há quem fique à vontade para flertar com outras pessoas quando está sob o efeito de bebidas alcoólicas. Mas isso pode ser motivo de briga e até separação entre os casais. "A situação pode gerar desconforto, angústia e até um sentimento de ofensa no parceiro. Se existe o combinado de exclusividade e o hábito se repete, pode se tornar em um impedimento para que a união prossiga", aponta Marina.
Superexposição
Após grandes quantidades de álcool, também é possível que a pessoa passe a fazer brincadeiras inconvenientes ou fale demais sobre a vida íntima, o que leva o parceiro a se sentir envergonhado. Ellen defende que não adianta tentar controlar o outro, mas que é possível fazer uma intervenção para que a pessoa se contenha. "Na hora, o melhor é mudar de assunto de maneira sutil, cuidando para não gerar uma briga", diz.
Já no dia seguinte, a recomendação é falar sobre como se sentiu. Muitas vezes, para o parceiro a situação pode não ter significado nada demais, por isso é preciso sinalizar o incômodo para que ela não volte a se repetir.
Barraco e confusão
Quem nunca presenciou uma cena de briga causada pelo excesso de álcool que atire a primeira pedra. Se a resolução desse tipo de conflito é complicada quando a pessoa está entre amigos, pode ser ainda mais difícil quando é o parceiro que está do lado. A tendência, nesses casos, é envolver o outro na briga.
"Situações como essa geram estresse e causam impacto na relação, principalmente quando uma das partes está mais alterada do que a outra", garante Marina. Mais uma vez é preciso esperar o momento passar para esclarecer depois o que aconteceu.
Beber e esquecer
Não é desculpa esfarrapada: de fato, o consumo de álcool pode causar lapsos de memória. "Muitas vezes a pessoa tem a concentração prejudicada e passa a prestar menos atenção nos detalhes a sua volta. Por isso, não consegue se lembrar das situações com clareza", detalha Marina.
No entanto, na visão da profissional, a substância não deve servir como um "passe livre" para agir da forma como quiser. "Se a pessoa já sabe dos efeitos do álcool sobre o corpo e bebe com o intuito de esquecer, isso pode abrir brecha para uma dependência. O hábito não é saudável e deve ser evitado", afirma.
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