Mulher denuncia motorista de app que se masturbou durante viagem
"Ele disse que eu era muito bonita. Depois, perguntou se podia fazer uma proposta indecente. Caso eu topasse, não precisaria pagar a viagem. Eu neguei e ele começou a se masturbar dentro do carro na minha frente." Esse é o relato de uma estudante de 23 anos, identificada como Amanda Carvalho, que denuncia um motorista de aplicativo do Distrito Federal. O caso aconteceu na quarta-feira (26) e é investigado pela Polícia Civil como importunação sexual.
A estudante denunciou o motorista na 6ª Delegacia de Polícia, localizada no Paranoá. Ao UOL, a jovem contou que saiu do trabalho de madrugada, por volta das 5h (de Brasília), e decidiu chamar um carro pelo aplicativo In Driver. Uma colega também dividiu a viagem com ela.
"O trajeto foi bem tranquilo, sem nenhum problema. Nós estávamos sentadas atrás. O motorista então deixou minha amiga em casa, no Itapoã, e ficamos sozinhos no carro. Foi aí que o abuso começou", relata a estudante.
Amanda diz que o motorista começou a elogiá-lá e sugeriu que ela não pagasse pela corrida caso se exibisse, mostrando as pernas enquanto ele se masturbava. Mesmo com a negativa, o motorista não parou de se tocar até chegar na casa da passageira.
"Eu fiquei com muito medo, apavorada. Não tive nenhuma reação. Uma viagem que duraria 40 minutos, na minha cabeça demorou 5 horas. Quando chegou na minha casa, ele se limpou e pediu desculpas. Disse que não sabia o que tinha acontecido, que não era da índole dele", relatou Amanda.
No mesmo dia, a jovem procurou a delegacia do Paranoá e registrou boletim de ocorrência. A delegada responsável pelas investigações disse que a vítima já foi ouvida e que as investigações estão em fase inicial.
"Nesse tipo de caso, o que tem mais peso é a palavra da vítima. Esse crime não é praticado na frente de testemunhas e não deixa resquícios. Por isso, o relato da vítima é sempre importante. Já ouvimos a Amanda e estamos contatando o aplicativo para intimarmos o motorista", disse a delegada Larissa de Athayde.
Segundo a delegada, os policiais também estão em buscas de câmeras de segurança instaladas no meio do caminho. O objetivo é colher imagens que possam ser captadas.
"Já temos todos os dados do carro. Agora, precisamos confirmar se o dono do veículo é o mesmo motorista do dia do abuso. Casos como esse, de importunação sexual, estão extremamente comuns. Antes, víamos sempre em transportes coletivos ou vias públicas. Agora, acontecem em carros de aplicativo", disse a delegada
Larissa também ressaltou a importância da prevenção. Segundo elas, mulheres que utilizam carros de aplicativo devem compartilhar a rota da viagem com familiares ou amigos.
"Agora também temos o botão de segurança nos aplicativos. Mas é necessário compartilhar a rota. Caso aconteça algo, a resposta com certeza será mais rápida" aconselhou.
Segundo a Polícia Civil, o motorista vai responder por importunação sexual. Caso seja condenado, pode pegar até cinco anos de cadeia.
O UOL entrou em contato com a empresa In Driver, mas não obteve resposta até o momento da publicação da matéria.
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