Delegada em defesa da mulher em SP: "Tinham vergonha de relatar agressão"
Ser mulher no Brasil machuca. Por isso, o Dia Internacional da Mulher não é só uma data de celebrar conquistas: é também um chamado à luta pelos direitos — especialmente ligados ao combate à violência de gênero.
Para a delegada Jamila Jorge Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) no Estado de São Paulo, também é uma oportunidade de afirmação das prioridades sociais.
"É preciso lembrar e relembrar do que realmente importa. Devemos todos estar atentos para melhorar. Discutir as questões da mulher não pode continuar sendo simplesmente rotulado de feminismo. É uma questão de proteção", reforça.
Denunciar agressores
Um dos pontos lembrados por Jamila é o contínuo trabalho feito nos órgãos públicos para incentivar as mulheres vítimas de qualquer tipo de violência a denunciar os agressores e buscar ajuda. O combate à violência contra a mulher passa necessariamente pela redução da subnotificação desses crimes.
Em janeiro deste ano, por exemplo, 63% dos casos de estupro de vulnerável registrados ocorreram em meses ou anos anteriores. "A violência sempre existiu, mas agora ela está mais visível, mais palpável. Até pouco tempo atrás, as vítimas tinham vergonha de relatar as agressões. Isso está mudando ", ressalta a delegada.
Políticas de segurança
A delegada ainda destaca avanços na questão de gênero dentro do Governo estadual. E segundo a Secretaria da Segurança Pública, o Estado de São Paulo é pioneiro no aprimoramento de políticas de segurança e combate à violência de gênero.
Delegacias de Defesa da Mulher em São Paulo
Serão inauguradas duas DDMs, em Jacupiranga e Itanhaém - agora são 135. No Estado, 10 unidades atendem 24 horas e, segundo a Secretaria, até o final de 2022 outras 30 unidades terão esse esquema de operação. Além das especializadas, todas as delegacias de São Paulo, diz o órgão, seguem o Protocolo Único de Atendimento para acolher casos de violência contra a mulher.
SOS Mulher
Pelo aplicativo SOS Mulher, as mulheres com medidas protetivas concedidas pela Justiça têm atendimento policial prioritário. Para utilizá-lo, é necessário realizar cadastro inserindo as informações da forma idêntica àquelas que estiverem transcritas na medida protetiva.
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