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No Chile, marcha pelo Dia das Mulheres e polícia entram em choque

Marcha em Santigo, no Chile, para marcar o Dia das Mulheres, tem confronto com a polícia - MARTIN BERNETTI/AFP
Marcha em Santigo, no Chile, para marcar o Dia das Mulheres, tem confronto com a polícia Imagem: MARTIN BERNETTI/AFP

do UOL, em, São Paulo

08/03/2020 16h26

Policiais e manifestantes entraram em confronto hoje em Santiago, quando mais de dezenas de milhares de mulheres tomaram as ruas da capital chilena para marcar o dia 8 de Março. Os choques ocorreram a partir do começo da tarde, horário local, quando manifestantes avançaram contra uma área que estava isolada pelos policiais, ao redor de prédios públicos, na área central da cidade.

A marcha começou com uma grande concentração na Plaza Italia, de onde as mulheres seguiram pela Avenida Alameda central, ocupando vários quarteirões com cantorias, danças e discursos. O ato ocupou as ruas paralelas à Alameda.

Os organizadores da marcha pediram que os homens se abstivessem de participar. Segundo a polícia, o ato reuniu 110 mil pessoas, mas os manifestantes estimaram em meio milhão de pessoas o movimento.

A intensidade do ato foi reforçada pela maior onda de protestos em 30 anos no Chile, que mobiliza o país desde outubro, quando mais de um milhão de pessoas marcharam contra o governo de Sebastián Piñera e contra a desigualdade. Segundo o Instituto de Direitos Humanos do Chile, durante esses atos, 439 mulheres ficaram feridas e seis queixas foram registradas contra a polícia por agressão sexual.

Marcha em Santigo, no Chile, para marcar o Dia das Mulheres, tem confronto com a polícia - MARTIN BERNETTI/AFP - MARTIN BERNETTI/AFP
Imagem: MARTIN BERNETTI/AFP

Para essa segunda-feira, as líderes do movimento feminino pedem que as mulheres fiquem em casa e faltem ao trabalho ou estudo para mostrar como seria a vida pública sem elas.

O Congresso chileno aprovou esta semana um projeto de lei que visa dar às mulheres uma representação igual em uma possível Assembleia Constituinte, e Piñera assinou uma lei que reforça as penalidades em caso de feminicídio.