Web resgata papéis da carreira de Babu e denuncia racismo: "Veem o padrão?"
Uma publicação que elenca parte dos papéis interpretados por Babu Santana, participante do BBB, durante sua carreira na TV, viralizou no Twitter — e, pela lista, os usuários da rede social denunciam o racismo que permeia a carreira do ator.
Assaltante, bêbado, traficante de armas e o bandido "Coisa Ruim", na novela Viver a Vida, da TV Globo são alguns dos personagens feitos por Babu. Boa parte deles, na página do Wikipedia, não tem nome. A repetição de padrão dos papéis — homem negro criminoso ou perigoso — foi apontada pelos usuários como um dos indícios do racismo estrutural que impacta na vida cotidiana de pessoas negras e que, por ser estrutural, também atinge o entretenimento.
Papéis de Babu Santana: web aponta racismo
Em um post com mais de 69 mil likes, um usuário do Twitter destacou que a trajetória televisiva de Babu contou com personagens como "arrombador", assaltante, homem mal-encarado, bêbado. Na novela "Viver a vida", Babu interpretou um bandido; em "I love Paraisópolis", em que contracenou com Tata Werneck, também — fez o Jávai, um "contraventor" que emprestava dinheiro na comunidade a juros altíssimos.
Papéis de destaque — em que o ator interpretou uma pessoa bem-sucedida — foram poucos: entre eles, o de delegado na série televisiva Mister Brau, e o de Tim Maia, nos cinemas, que deu projeção internacional a Babu.
Enxergam o padrão?
Nos comentários da publicação, os usuários repercutiram o padrão — em que o homem negro é associado à criminalidade com frequência. "Os outros papéis: mais perfis estigmatizados e papéis menores", disse um. "Sim, dos 10 papéis, 11 são ligados a perfis ruins da sociedade, mas é só coisa da nossa cabeça mesmo", pontuou outro. "Não consegue enxergar um padrão?", questionou mais um.
"Bem, só numa olha rápida dá para ver que fora o filme do Tim, a única oportunidade de interpretar um negro bem-sucedido foi no Mister Brau... é racismo que fala, né produção", disse um usuário. "
"É incrível como os atores só ganham personagens ruins. Quer um traficante? Chama o negro. Quer um arrombador? Chama o negro. Assaltante? Chama o negro. Empregada? Chama a negra. Isso tá mudando aos poucos, mas tem que bem maior. Podemos ser empresários, médicos, arquitetos, engenheiros, dentistas...podemos ser o que quisermos. Temos que ter representatividade na TV, cinema e teatro para alçar voo maiores e mostrar que estamos aqui pra resistir", pontuou outro.
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