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"Dona da p**ra toda": Luísa Sonza canta seu protagonismo em clipe novo

Trumpas
Imagem: Trumpas

Nathália Geraldo

De Universa

19/03/2020 04h00

A "Boa Menina" virou "Braba". Um ano e meio após o lançamento da música em que mostrava como uma boa menina rebola, a cantora Luísa Sonza lançou novo clipe, interpretando uma stripper que é presa, e aproveitou a produção para falar de empoderamento feminino. Com muita propriedade, aliás: no final do ano passado, ela foi capa da revista Forbes como uma das pessoas com menos de 30 anos mais poderosas do país.

"Sou milionária e ganho tanto quanto meu marido", disse na época nas redes sociais, em referência à insistente comparação que fazem dela com o humorista Whindersson Nunes.

Para Universa, ela revelou que ter saído na revista foi um marco na carreira, que fez com que as pessoas "mudassem o olhar" sobre sua música.

"Foi a prova de que todas as coisas que falavam de mim eram inválidas. Passaram a entender o quanto não veio de graça. Hoje, me reconhecem como uma empresária musical e não só alguém que canta", afirma.

Confira os principais trechos da entrevista:

Luísa Sonza - Trumpas - Trumpas
Luísa fala de feminismo, empoderamento e sua presença na capa da Forbes: "Marco na carreira"
Imagem: Trumpas

O que a faz ser a "Braba"? E o que você traz de novidade nesse clipe para seu público?
A "Braba" é uma evolução da "Boa Menina": ela vem para mostrar que a gente é muito incrível, forte, dona do nosso corpo. É a letra mais forte que já fiz. O empoderamento está por trás de nós, mulheres, falarmos o que queremos e estarmos no protagonismo da coisa. Porque a gente vê muita música em que não somos protagonistas, aquelas "quando eu mandar, você senta". Não estou falando mal das outras músicas, mas, no meu caso, sou eu que estou no centro do tema. A "Braba" já tem o poder, aliás, e sabe que pode fazer o que quiser. Acho que vim mais adulta nessa música e nessa era.

Você foi capa da Forbes como uma das jovens mais poderosas do Brasil. Isso marcou você de que forma?
Foi um marco na carreira. Eu acho que muita gente entendeu o meu trabalho, minhas estratégias para tudo isso acontecer; porque não veio de graça ou pelo sucesso de alguém. Hoje também me reconhecem como uma empresária musical, e não só como uma pessoa que está cantando. Eu levo a participação da revista como um troféu, um momento muito importante para minha carreira.

Como foi essa transição para se tornar também uma empresária da música?
Eu aprendi a ser muito independente, a criar o que eu queria fazer. Comecei minha carreira com 7 anos e fiquei dez em uma banda -- querendo fazer coisas que não podia, porque não era dona, era funcionária. Ficar muito tempo querendo fazer sem poder me trouxe essa vontade. E agora eu posso, porque tenho meu próprio negócio. E sempre gostei de estar à frente das coisas -- líder da sala, sabe?

Uma pessoa proativa. Quando eu posso, gosto de participar de reuniões, de projetos, ao lado da minha empresária.

Eu sou um produto que vive na própria pele. Eu sou o meu produto.

Por isso, consigo entender exatamente o que funciona e o que não funciona, como empresária. E tenho esse lado "menina criativa". Tenho ascendente em Áries, mas meu sol é em Câncer. Sou a que gosta de sonhar, de criar, de viver da arte; e a ariana de entender o que está acontecendo, de ir para cima. Eles criam a Luísa que eu sou.

Você é um símbolo de empoderamento feminino. Acha que as pessoas resistem a isso?
Há resistência por falta de entendimento do que feminismo, consciência feminina. E há deturpação -- de pessoas que levantam a bandeira, da própria bandeira e até da palavra feminismo.

Se a pessoa for ler o significado da palavra, não será contra. Feminismo é equidade entre gêneros.

Então, alguém que tenha o mínimo de amor pelo próximo e a si mesmo não é contra isso. Mas a ignorância, as fake news e a deturpação são o que trazem essa resistência. Entendo que quanto mais nós, pessoas públicas e imprensa, levarmos informação de qualidade, melhor: a gente vai contribuir para uma sociedade melhor e mais saudável.

O que você traz do feminismo na sua música?

Luísa Sonza  - Deco Seixas - Deco Seixas
"A Braba já é a 'dona da p* toda'", diz a cantora, em referência ao novo clipe
Imagem: Deco Seixas

"Braba" não é uma música explicitamente feminista, como está em "Eliane", que eu fiz para minha mãe, em "Apenas eu" ou até em "Boa Menina". Porém, em "Braba" a personagem já é a "dona da porra toda". Ela está disfarçada de princesa, mas quer matar os homens, vai presa, mata as pessoas que a prenderam. E esses homens que estão lá não sabem que "a cara" do dinheiro é ela mesma. Ela está no protagonismo.

Tem um pouco de Rihanna [na composição 'Man Down' ela fala de ter matado um cara]?
Sim, mas a gente misturou as referências. Eu sou codiretora e diretora artística. Buscamos o musical "Chicago", inicialmente, e depois fomos colocando um pouco de "Braba" e um pouco de Luísa.

Você prevê turnê internacional, apresentação na Parada Gay de Nova York [a viabilidade dependerá da situação do coronavírus no mundo]. O que vai levar para os gringos verem?
Em janeiro, fiquei dez dias nos Estados Unidos estudando o mercado, fazendo reuniões e criando coisas. O Brasil está em ascensão mundial, as pessoas estão curiosas pela cultura brasileira. E isso é bom não só para mim e para o cenário pop. Sinto que é agora. Sempre vou levar minha brasilidade -- mesmo porque eu amo o Brasil, nunca deixaria aqui, mesmo no caos que estamos vivendo. E meu foco no exterior é continuar fazendo o que eu gosto, musicalmente, que sempre foi a maneira com que atingi as pessoas.

Pretendo cantar em outras línguas, em inglês, mas é mais para frente. Já tenho um feat, com PRETTYMUCH, que é a música "The Weekend"...

E eu sou muito nova ainda, tenho 21 anos, e tenho muito tempo para trabalhar isso. Eu vejo isso como mais um passo. Amo trabalhar e ir para lá é não começar totalmente do zero, mas é se redescobrir, compor em inglês... Tudo vai agregando. Isso me fará crescer como pessoa e como empresária, porque é um mercado totalmente diferente. E será muito legal passar por esse desafio.