Erika Januza diz que ser negra é batalhar dobrado e não se sente desejada
A atriz Erika Januza, 34, afirmou em entrevista à Glamour que ser mulher negra no Brasil implica conviver com 'dores incompreendidas', "batalhar dobrado" e que não se sente desejada quando sai de casa.
Apesar das situações adversas, Januza também destacou o lado positivo. "Ser mulher negra também é ser realeza, linda e incomodar. Na outra vida, quero voltar mulher. E negra!", disse a atriz, capa da edição de março da publicação.
Intérprete da personagem Marina Castro na novela Amor de Mãe, a global disse que passou por momentos difíceis na carreira e que deu uma virada em sua vida quando resolveu buscar ajuda com um coach.
"Virei refém de mim mesma quando estava sem trabalho, apesar de ser uma cobrança que não dependia só de mim", relatou. "Não consegui sair desse ciclo de negatividade até procurar um coach. As pessoas têm preconceito, mas o coach transformou essa fase da minha vida", continuou.
Sobre as consultas com o profissional, Erika disse que seu tratamento foi "à base de choque". "Ele me perguntava se eu iria ficar me lamentando sem correr atrás do que almejava. Aí reagi", contou.
Mulher negra e relacionamentos
Falando sobre relacionamentos inter-raciais e 'palmitagem', expressão usada para falar de pessoas negras que optam por se relacionar com homens ou mulheres brancas, Erika diz não se importar com a cor de pele do seu parceiro, mas não deixou de pontuar sobre o que ela chama de solidão da mulher negra.
"O que não podemos esquecer é da solidão da mulher negra. Não sou uma mulher que é desejada quando saio. Quando nós, negras, falamos isso, ninguém acredita. É histórico e doloroso", relatou.
Sobre empoderamento, a atriz global disse não achar que a palavra foi banalizada. "Acredito que é como ver algo errado e reagir. Essa atitude dá forças para outra pessoa tomar uma atitude também. É uma corrente de união que só cresce."
A atriz também revelou que cortar o cabelo para a novela foi uma escolha dela. "Veio de um desejo genuíno de poder representar mais mulheres e me modernizar."
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