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'Quem mandou casar com um velho?': Luisa Mell se revolta com preconceito

Gabi Di Bella/UOL
Imagem: Gabi Di Bella/UOL

De Universa

29/03/2020 11h27Atualizada em 06/04/2020 15h40

A ativista Luisa Mell, 41, e o marido Gilberto Zaborowsky, 58, foram diagnosticados com covid-19. Ambos procuraram o hospital após apresentarem sintomas de pneumonia e constataram que haviam contraído o novo coronavírus. No mesmo dia, ela foi dispensada e recebeu a medicação para se tratar em casa, enquanto ele permaneceu internado, por apresentar sintomas mais graves.

Ontem, Gilberto teve uma leve melhora no estado de saúde e o casal pode conversar pela primeira vez em dias. Durante uma ligação telefônica, o marido de Luisa contou que clicou em uma reportagem sobre seu estado de saúde, esperando ler comentários positivos, de pessoas desejando uma melhora no seu estado de saúde. No entanto, o que ele viu deixou o casal em choque.

"As pessoas estão dizendo: 'Quem mandou casar com um velho?'. Como a nossa sociedade se tornou tão cruel, tão mesquinha? O que esperar de um povo que não respeita os mais velhos, que quer diminuir a importância da vida de uma pessoa que tem 58 anos? As pessoas mais velhas merecem todo o nosso respeito. Tudo o que somos hoje, devemos aos que vieram antes de nós. Isso é o básico", disse.

"O que esperar de uma sociedade que, incentivada pelo presidente e por muitos empresários, fica tentando normalizar a morte de milhares de pessoas. 'Ah, mas ele era mais velho. Ah, mas era diabético. Tudo bem, eles tinham que morrer para a economia não parar'. Que doença é essa? É pior, é mais grave, mais violenta que o coronavírus. As pessoas têm que se iluminar, parem de só fazer ginástica. Pensem, reflitam, vamos tentar melhorar como seres humanos e como sociedade", completou.

De acordo com o que a ativista disse pelo Instagram, o estado de saúde de Gilberto ainda é delicado, mas a infecção nos pulmões está sendo controlada. Já ela vem apresentando sintomas colaterais aos medicamentos, mas também está se recuperando da doença.

Luisa precisou quebrar o isolamento e ir até o hospital de carro para fazer exames. Quando voltou, gravou mais stories: "Vi gente nos bares, se abraçando nos parques lotados. Vamos levar essa doença a sério! Não é brincadeira. Só hoje foram internadas 38 pessoas no Einstein [Hospital Albert Einstein, em São Paulo] com covid-19. Se o sistema de saúde colapsar, não haverá leitos nas UTIs nem para quem sofrer um acidente ou tiver outra doença. Por isso é tão grave", disse.