Estudante denuncia pastor em Goiânia por assédio sexual
"Ele começou a falar que queria sentir meu beijo e que tinha sonhado comigo. Um sonho horrível por sinal, nojento. Eu só chorava o tempo todo". Esse é o relato de uma estudante veterinária, de 20 anos, que denuncia o pastor Davi Passamani da igreja Casa Ministério Cristão, por assédio sexual. O caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher de Goiânia.
Gabriella Palhano denunciou o assédio sexual pelas redes sociais no dia 28 de março. A jovem fez um relato de como o crime teria ocorrido. Primeiro o pastor teria entrado contato pela internet e depois iniciado a troca de mensagens.
"Ele começou a pedir para que eu não o chamasse de pastor e começou a perguntar coisas íntimas da minha vida sexual. Ele perguntava sobre minha vida com meu namorado, perguntava coisas horríveis. E eu fiquei sem entender, comecei a gelar", relatou a jovem.
Em um determinado momento da conversa, o pastor teria feito uma ligação de vídeo com a estudante. O religioso, segundo a jovem, pediu que ela fizesse poses sensuais e tirasse a blusa. Gabriella se negou e disse que tinha que dormir.
Gabriella teria gravado toda a ligação e foi procurar ajuda na igreja. Porém, a menina teria sido orientada a perdoar o pastor, pois "seria o diabo usando a boca dele".
"E que tudo que o diabo queria era destruir aquela igreja, que eu tinha que apagar isso esquecer e seguir em frente pelo meu bem e dos fiéis", conta.
Peço perdão, diz pastor
O pastor Davi Passamani também se pronunciou sobre a acusação de assédio pelas redes sociais. Em um vídeo, o religioso se emocionou e pediu perdão.
"Quero pedir perdão a todos vocês, pedir perdão à igreja do Brasil e à igreja de Goiânia. Vim também para pedir perdão à minha família, meus filhos que estão vendo a internet tomada pelo meu nome com uma acusação muito séria".
No vídeo, Davi Passaman também pede ajuda aos pastores do Brasil e diz que não tinha o intuito de envergonhá-los.
"Estou com muita vergonha de todos vocês, mostrar o meu rosto e dizer me perdoe não é fácil. Não estou pedindo que vocês me absolvam das minhas culpas, só não quero ser abandonado."
O pastor ainda afirma que tem encontrado apoio em sua esposa e filhos. Apesar de pedir perdão, ele nega o crime de assédio.
"Eu aceito, mas não destruam o nome da igreja que não tem culpa", diz. "Eu não vou desistir, vou me tratar e um dia estarei de volta. Não como pastor, mas como alguém que Deus escolheu", conclui Davi.
Afastamento
Em nota, o Conselho Pastoral da Igreja CASA disse que está acompanhando, apurando e tomando todas as providências jurídicas sobre o caso. A igreja também informou que o pastor está afastado para tratamento médico especializado e cuidados em família.
"A igreja é o corpo de Cristo e sempre estará alinhada às mais exigentes práticas cristãs. A CASA desde seu nascimento sempre foi um lugar de acolhimento, inclusão, lugar de cura e consolo, e isso se estende desde o principal Pastor ao irmão que se assenta na última cadeira e no fim da fila. Tudo sem nenhuma distinção e/ou privilégio", disse.
Novas vítimas
Rafael Rezende, advogado da estudante, informou ao UOL que Gabriella não é a única vítima do suspeito. Segundo ele, outras meninas já o procuraram e ele e está trabalhando no processo para oficializar cada caso.
"Inclusive, o registro de uma nova denúncia já foi realizada na Delegacia da Mulher. É importante destacar que após a denúncia feita pela Gabriella, muitas vítimas têm entrado em contato e cada caso está sendo analisado minuciosamente para a devida formalização junto à Polícia Civil", explica Rezende.
O caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher de Goiânia e corre em segredo de Justiça, segundo a delegada Paula Meotti.
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