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Jane Fonda ironiza prisões: 'Algemas de plástico são menos confortáveis'

Jane Fonda protesta nos EUA - AFP
Jane Fonda protesta nos EUA Imagem: AFP

De Universa, em São Paulo

31/03/2020 11h34

Aos 82 anos, Jane Fonda que seu esforço no ativismo pelo meio ambiente está longe de desacelerar. A vencedora do Oscar inclusive usou de ironia para falar das diversas vezes em que foi detida em protestos — o que recentemente passou a acontecer toda semana, antes das medidas contra aglomerações.

Jane Fonda diz que os efeitos de lutar pelo que acredita se manifestaram psicologicamente. "No minuto em que comecei a ir à capital e me encontrar com ativistas, alguns de apenas 13 anos, minha depressão e ansiedade cessaram. Eu nunca tinha pensado em quanto isso me afeta", afirmou em entrevista à Rolling Stone.

Jane foi detida ao menos cinco vezes e começou a dizer para seus companheiros de protestos que era bom comer bastante antes de ir para a rua, porque nunca se sabe quanto tempo se passará atrás das grades. E acrescentou: "As algemas de plástico são menos confortáveis que as antigas", disse ela, que esteve acompanhada por estrelas como Joaquin Phoenix nos últimos atos.

Ela até disse que pediu à Netflix que adiasse o começo das gravações de seu seriado, "Grace and Frankie", para fazer mais atos. "Eles me disseram que o contrato já está assinado", lamentou. "Então, voltei a Los Angeles para trabalhar, mas continuarei a fazer marchas, para não voltar a cair em depressão".

Jane também afirmou que hoje vê as mulheres fortes e ao seu lado na luta, e se vê livre de tentar ter aprovação de homens. "Estou livre dos homens em minha vida." Ela tem pautas específicas em seu ativismo. Pede, por exemplo, para que se deixe de dar novas permissões para exploração de petróleo na Califórnia. Também fala muito contra o plástico e a crise de refugiados, principalmente por conta do aquecimento global.

"A Exxon recentemente disse que o 'nosso futuro está no plástico. Se você ler sobre o que o plástico faz nos oceanos, você não dorme mais", criticou. "Nós estamos vivendo algo que nunca aconteceu. A humanidade está à beira de uma catástrofe global", alertou ela - ainda antes da pandemia da covid-19. Ainda assim, ela acredita. "É preciso ter fé."