Quem são as principais lideranças femininas no combate à covid-19 no mundo
A covid-19, originária da China, já está presente em 203 países e territórios — a ONU reconhece a existência de 193 países no globo, dois têm reconhecimento parcial e 10 são territórios dependentes de outras nações. Ou seja: o coronavírus se disseminou por praticamente todo o planeta e está prestes a bater a marca de 1 milhão de infectados.
À frente do combate à doença, uma imensa maioria de homens chefes de Estado e de organizações supranacionais toma palanques e microfones para dar as coordenadas e orientar a população sobre o que deve ser feito. Mas, nesse grupo de líderes, há também algumas — poucas — mulheres.
Conheça, abaixo, lideranças femininas que têm comandado ações contra a pandemia.
Angela Merkel: na coordenação da Alemanha por videoconferência
A alemã ocupa o posto de chanceler — o que significa ter plenos poderes executivos — desde 2005, com mandato previsto até 2021. Angela (lê-se Anguela) Merkel, que não é exatamente a rainha do carisma, viu sua popularidade crescer pela maneira como tem conduzido os impactos da pandemia no país.
Enquanto as taxas de mortalidade das nações mais atingidas na Europa, Itália e Espanha, chegam a mais de 10% e 7%, respectivamente, na Alemanha, o índice não é nem de 1%. Ajuda ter um bom e consistente sistema de saúde, mas também o exemplo que a chefe de Estado tem dado.
Ela fez um comovente discurso televisivo, coisa rara em seus 16 anos de governo, pedindo que as pessoas ficassem em suas casas e alertando para a gravidade da epidemia. A própria Angela decidiu entrar em quarentena depois de ter contato com um médico diagnosticado com covid-19.
Aos 65 anos, mesma idade do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, ela está administrando o país por videoconferências.
Primeira mulher a ocupar o cargo de chanceler na Alemanha, Angela Merkel é formada em física e doutora em química quântica. Iniciou sua carreira política em 1990, ao ser eleita para ocupar uma cadeira no Parlamento. Ganhou o apelido de "mutti", ou "mãe".
Primeira-ministra da Nova Zelândia: lives no Facebook para acalmar a população
Apareceu de blusa de moletom na cama, dizendo que resolveu fazer a live para saber se estavam todos bem no momento em que o país se preparava para se resguardar.
Foi elogiada, também, pela preocupação precoce: quando registrava apenas uma morte e 589 casos, o país já partiu para o isolamento social. Tudo sempre muito bem explicado em coletivas de imprensas virtuais.
Além de prestar todas as informações para os cidadãos e explicar exatamente os planos que o governo tem para conter a pandemia no país, Jacinda mostra ainda o cotidiano em sua casa e a vida com a filha, Neve, de dois anos.
Primeira-ministra desde 2017, assumiu aos 37 anos (a mais jovem a ocupar o cargo em seu país) e foi a segunda líder, em todo o mundo, a dar à luz durante o mandato — a primeira foi Benazir Bhutto, ex-primeira-ministra do Paquistão. Jacinda chegou a levar a filha para uma reunião da ONU, em Nova York, em que discursou.
Na Nova Zelândia, Jacinda é o principal nome da esquerda e virou a queridinha desse grupo político. A onda de fãs que surgiu durante as eleições, no mesmo ano, cunhou o termo "Jacindamania", que pegou principalmente entre jovens.
Ursula von der Leyen: "Europa luta pela vida""
Em discurso recente, criticou as nações que pararam de exportar equipamentos médicos a outros países ou abdicaram da responsabilidade coletiva para pensar apenas nos interesses próprios.
"Precisamos olhar uns pelos outros. Essa é a Europa do presente, que age pelos cidadãos e pelos países membros. Essa é a Europa que, em momentos de emergência, age de uma maneira não egoísta", afirmou.
Apesar disso, Ursula mostrou seguir as recomendações de médicos e cientistas e apoiou o fechamento das fronteiras dos países — o que não impede a circulação de mercadorias. "O inimigo é o vírus, e agora temos que fazer o possível para proteger nosso povo e proteger nossas economias", afirmou.
Preocupada com a situação econômica do bloco, anunciou que a Comissão Europeia vai apresentar uma nova proposta para conter os impactos da crise, que será aplicada entre 2021 e 2027. Segundo ela, será um "pacote de estímulos que possa garantir a coesão da União Europeia através da solidariedade e responsabilidade."
Também fez um mea-culpa: em uma carta aberta aos italianos publicada no jornal La Repubblica, afirmou que o grande erro do bloco foi ter demorado demais para agir contra o avanço da doença na Itália. "Foi um comportamento danoso e que poderia ter sido evitado".
Líder do bloco desde dezembro de 2019, formada em medicina e mãe de sete filhos, Ursula deixou o cargo de ministra da Defesa da Alemanha, em que era aliada de Angela Merkel, para ocupar o mais alto posto da política da Europa.
Presidente da Câmara dos EUA: lobby para aprovação de pacote econômico
Presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi é uma das maiores críticas ao governo do presidente Donald Trump e de seus correligionários republicanos. Neste momento, porém, tem feito apelos para que os partidos se apoiem em projetos para salvar a economia americana.
Após aprovação do Senado, a Câmara aprovou, no fim de março, um pacote de R$ 2,2 trilhões para ajudar indústrias, empresas e famílias a enfrentar a crise causada pela pandemia.
Nancy foi uma das protagonistas dessa aprovação, explicando a importância do pacote diretamente a membros da casa de ambos os partidos, o que resultou na maioria dos votos favoráveis.
Antagonista de Trump desde o começo do mandato presidencial, Nancy é a primeira mulher a ocupar o mais alto cargo da Câmara americana. É a pessoa que mais bate de frente com o chefe de governo americano — enfrentou uma cruzada pelo impeachment do presidente, que passou na Câmara, mas não no Senado — e, por isso, também é alvo de Trump.
Recentemente, após ser criticado por Nancy por não responder com agilidade à pandemia, o presidente disse que ela é uma "cachorrinha doente" e que tem "muitos problemas".
Cientista-chefe da OMS: à frente das pesquisas com cloroquina
Conhecida por ter revolucionado o diagnóstico da tuberculose, a médica indiana Soumya Swaminathan ocupa o cargo de cientista-chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde) desde março de 2019.
Com avanço da pandemia de covid-19, a entidade tem se debruçado em pesquisas sobre o vírus e maneiras de conter sua disseminação — além de tentar encontrar possíveis remédios para a doença.
Uma das substâncias mais comentadas, a cloroquina, defendida também pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro para tratar a covid-19, faz parte das pesquisas realizadas pelos cientistas da OMS, liderados por Soumya.
Ela também já anunciou que a OMS registraria os primeiros pacientes para testes com diferentes tratamentos contra o coronavírus. Cidadãos de diversos países deverão ser testados. "Devemos inscrever milhares de pacientes em questão de semanas ou meses", informou Soumya, segundo a CNN Internacional.
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