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Gap cancela pedidos das próximas coleções por covid-19 e abala fornecedores

Maior varejista de roupas dos EUA vem sendo seriamente afetada pela pandemia  - Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Maior varejista de roupas dos EUA vem sendo seriamente afetada pela pandemia Imagem: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

De Universa, em São Paulo

07/04/2020 09h35

A Gap Inc é mais uma gigante do mundo da moda que deu um passo atrás na sua produção como consequência da pandemia pelo coronavírus. A maior varejista de roupas dos Estados Unidos, que inclui as marcas Gap, Banana Republic e Old Navy, pausou toda a sua produção para as próximas coleções de verão e outono, abalando fortemente a cadeia de fornecedores já combalida pela crise da covid-19.

Segundo informações do site The Business of Fashion, a Gap pediu aos seus fornecedores que não enviem mais nenhuma peça de roupa pronta que não seja destinada à venda online. A medida deixa no limbo países já seriamente afetados pela pandemia e que são grandes exportadores de roupas, como Bangladesh, Vietnã, Camboja e Indonésia.

"As lojas são a força vital dos nossos negócios e, mesmo que a gente mantenha nossos canais de comércio eletrônico, eles simplesmente não conseguem suprir o fechamento das nossas lojas", explicou a gigante em um e-mail enviado aos fornecedores.

A decisão da Gap Inc vem num momento em que marcas globais estão sendo criticadas por cancelarem pedidos e interromper pagamentos a países dependentes da exportação de roupas. Em Bangladesh, por exemplo, a Associação de Fabricantes e Exportadores de Roupas do país estima que mais de 3 bilhões de dólares em pedidos já foram cancelados ou suspensos, afetando mais de 2 milhões de trabalhadores.

Em 2019, as vendas da Gap somaram 16 bilhões de dólares. A expectativa para 2020 era boa, mas a evolução da pandemia mudou tudo. O momento promete ser complicado porque a varejista não vende mais como na década de 90. Além disso, a necessidade de conceder descontos para vender mais tem diminuído seus lucros.

A marca já antecipou que vai parar de pagar os funcionários das suas lojas nos Estados Unidos, permitindo apenas que eles mantenham seus benefícios até a reabertura do comércio. A empresa também cortou o salário de diretores como medida de sobrevivência à pandemia.