Mulheres são mais afetadas pelos impactos econômicos da covid-19 nos EUA
A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus está afetando principalmente as mulheres, que estão perdendo seus empregos a uma taxa mais alta nos Estados Unidos.
Os dados, levantados pelo Fuller Project, organização de notícias sem fins lucrativos, mostram que as mulheres representam a maioria dos trabalhadores que solicitou seguro-desemprego durante as últimas duas semanas de março em pelo menos cinco estados.
"Nunca vimos nada parecido antes. Não é como uma crise normal", disse Sarah Rayle, uma das responsáveis por conduzir o levantamento, ao HuffPost.
Segundo ela, nessa época do ano, as mulheres representam normalmente 25% a 40% das pessoas que estão desempregadas. Agora, elas representam mais de metade a dois terços.
O dado contraria algo que ocorreu nas últimas quatro décadas, quando os homens eram os mais impactos pela perda de emprego numa recessão.
O fato de elas serem mais afetadas neste momento se deve ao fato de que a desaceleração começou no setor de serviços — com a quarentena, os restaurantes estão fechados e os americanos não estão recorrendo aos serviços de faxina, cabeleireiro — e as mulheres ocupam a maior parte desses empregos.
Um grupo citado como particularmente vulnerável no momento são os trabalhadores domésticos, como babás e empregadas domésticas — 90% dos postos, cujos salários já são baixos e sem benefícios, são ocupados por mulheres.
A pressão enfrentada pelas mulheres também é maior em casa porque o fechamento das escolas e creches significa que mães solteiras não podem ir trabalhar.
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