Machismo de Bolsonaro prejudica combate a covid-19, diz professor de Yale
Em artigo de opinião publicado hoje no jornal britânico The Guardian, Robin Dembroff, professor assistente da Universidade de Yale (EUA) diz que a masculinidade tóxica de Donald Trump e Jair Bolsonaro é uma "ameaça mortal" para o combate ao novo coronavírus.
O professor do departamento de filosofia de Yale cita o urologista britânico Roger Kirby para falar de sua ideia de que as formas tóxicas de masculinidade apresentadas pelos dois líderes fazem com que eles vejam homens doentes como "afeminados e fracos".
"Trump e Bolsonaro são exemplos claros de homens que se apegam a formas tóxicas de masculinidade. Eles atacam qualquer coisa que ameace seus domínios e confiam na misoginia e na violência para reforçar seus egos", diz Dembroff.
Dembroff cita, no caso de Bolsonaro, o termo 'gripezinha' que o presidente do Brasil usou para descrever o novo coronavírus em pronunciamento no dia 24 de março.
Relacionando a masculinidade tóxica de Bolsonaro e Trump com "patriotismo e armas", Dembroff diz que o momento agora pede "pesquisa médica conectada globalmente, redes de segurança social e assistência médica".
"Precisamos de líderes que permitam que especialistas, e não seus interesses políticos, guiem as políticas [de saúde pública]", pontua.
"Nos encontramos em um momento que exige traços tradicionalmente 'femininos', como empatia, solidariedade e compaixão", conclui.
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, os EUA possuem o maior número de casos do novo coronavírus no mundo, com quase 560 mil infectados, enquanto o Brasil lidera o posto na América Latina, com cerca de 22 mil casos.
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