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Mãe relata parto domiciliar durante quarentena nos EUA; veja álbum de fotos

De Universa, em São Paulo

16/04/2020 18h35

Mãe de primeira viagem, a norte-americana de 27 anos Nancy Pedroza estava convencida de que o hospital era o lugar mais seguro para ter seu bebê — mas mudou de ideia no final de março, quando o governo dos Estados Unidos ordenou que cidadãos ficarem em casa para evitar a propagação do coronavírus.

Na 40ª semana de gestação, ela procurou uma doula para ajudá-la a parir em casa. Ela mora com os pais e o parceiro, Ryan, na cidade de Fort Worth, no Texas.

Nancy teve que ir sozinha a todas as consultas com o obstetra na reta final da gravidez, durante a quarentena, mas o que mais a assustava em relação ao parto hospitalar era não saber quem poderia estar ao seu lado na hora do nascimento. Ela teria que escolher entre a doula e o pai do bebê e sentia medo de ter que parir sozinha, já que o hospital alertou que as orientações poderiam mudar até a data do parto.

"Foi assustador sentir que eu poderia ter que fazer isso sozinha", disse, à Reuters. "Não seria como ter alguém com quem você se importa e que se importa com você, que está disposto a segurar sua mão e dizer que tudo vai ficar bem."

O isolamento social em decorrência da pandemia está tornando o parto uma experiência frustrante para mães. Não é o caso dos Estados Unidos, mas alguns países baniram todos da sala de parto e outros estão separando mulheres diagnosticadas com coronavírus de seus recém-nascidos.

Por isso, no início de abril, Nancy Pedroza decidiu dar à luz em casa e sem qualquer assistência médica, já que seu plano de saúde não cobre parto domiciliar.

Ela entrou em contato com a parteira Susan Taylor pelo Facebook — a profissional decidiu cobrar menos pelo serviço e ofereceu sua casa para que Nancy parisse com mais estrutura.

À esta altura, ela já estava na 42ª semana de gravidez e as contrações só começaram depois de estímulos com uma bomba.

O parto teve complicações: um ultrassom mostrou que os níveis de líquido estavam baixos e a frequência cardíaca do bebê caiu de 130 para 30. Por isso, Susan teve que chamar uma ambulância para levar Nancy, em trabalho de parto, para o hospital mais próximo.

A jovem foi colocada em uma maca por profissionais de saúde usando máscaras de proteção e seguiu, na companhia do pai e da doula, para o Texas Health Harris Hospital, por volta de 1h. Uma vez no hospital, no entanto, a doula teve que sair de cena.

"Depois que eu tomei a epidural e me acalmei, percebi que seria capaz de parir sozinha sem precisar de uma cesariana. Não importava que eu estivesse no hospital naquele momento", disse Nancy Pedroza.

O bebê, Kai Rohan Morgan, nasceu saudável, pouco antes das 6h.

*Com informações da Reuters