Se dar bem com ex: Alinne e Cauã conseguem, mas é para todo mundo?
Enquanto alguns casais colocam um ponto final na relação numa boa, ao ponto de combinarem de continuar amigos, outros iniciam um verdadeiro pé de guerra assim que se veem afastados e livres. Os atores Alinne Moraes e Cauã Reymond fazem parte do primeiro time — tanto que ela publicou uma foto recente com o ex, já que os dois estão gravando juntos cenas de um par romântico da novela que substituirá "Amor de Mãe", na TV Globo.
Por que uns conseguem se dar bem com ex e outros não? Vários fatores são envolvidos.
Quem explica são a terapeuta de casal e de família Carmen Cerqueira Cesar, de São Paulo (SP), a terapeuta de família e de casal Marina Simas Lima e psicóloga clínica Rejane Sbrissa:
Todo mundo pode se dar bem com ex?
Se dar bem com o ex normalmente tem mais a ver com a forma com que o relacionamento se desenvolveu ao longo dos anos, mas envolve também, obviamente, o jeito com que ele chegou ao fim. Se teve mais respeito do que treta as chances são grandes.
"Um casal constrói um vínculo à base de cumplicidade, respeito e confiança. Ao longo do tempo, esse vínculo vai amadurecendo e crescendo em qualidade. Portanto, se esse casal maduro se separar, a tendência é que se 'separem bem' com afeto e cuidado. Eles conhecem suas próprias emoções e podem conversar sobre elas, além de honrarem o que viveram juntos e respeitarem essa história", comenta Carmen.
Nesse caso, o rompimento pode até ser triste - afinal, quase todo fim de relacionamento é - mas tem tudo para acontecer com uma certa tranquilidade. E, consequentemente, ficará mais fácil continuar se dando bem com o ex, mesmo depois da separação. Na opinião de Clara Marques, terapeuta humanista de São Paulo (SP), pessoas mais autoconfiantes e seguras superam o término de forma mais sadia. "Elas colocam na balança o lado positivo e o lado negativo da relação para que se possa dar algum tipo de continuidade. Para existir amizade ou, no mínimo, respeito é preciso conseguir admirar algo no ex", diz.
Para a terapeuta, a maturidade individual dos envolvidos também soma pontos para lidar com os sentimentos geralmente envolvidos em uma separação: tristeza, dor, raiva, ressentimento, frustrações... "Em geral, são pessoas flexíveis e práticas com boa capacidade de se adaptar à uma nova situação de vida que, no caso de terem filhos, envolve decisões econômicas e de logística. Essas pessoas conseguem dialogar para que a rotina possa seguir da melhor forma para todos. Não colocam os filhos contra o pai ou a mãe, não fazem joguinhos com a parte financeira nem apostam na chantagem emocional para ferir nem irritar o ex", observa.
Existem outros motivos para tentar manter uma relação amistosa, na opinião da terapeuta de família e de casal Marina Simas Lima, sócia-proprietária do Instituto do Casal, também de São Paulo (SP).
"Quando existem filhos envolvidos, os papéis de pai e mãe precisam ser mantidos. Se a amizade do casal é anterior à relação amorosa estabelecida, por que não dar continuidade? E se os dois trabalham juntos em uma empresa de sucesso, vale a pena separar a parte afetiva da profissional", pondera.
Brigas entre casais: psicóloga destaca motivos
Sabe aqueles casais que parecem saídos de uma novela mexicana? Relacionamentos que terminam com muito bafão, troca de farpas e acusações muitas vezes começam com uma paixão avassaladora, segundo Rejane Sbrissa, psicóloga clínica de São Paulo (SP). "Em estado de paixão, as pessoas tendem a enxergar no outro somente o lado que lhes agrada, não reconhecendo os defeitos. É como se o alvo de tanto encanamento tivesse apenas qualidades e fosse perfeito... Com o tempo de relação, a diminuição da paixão e a convivência bem próxima fazem com que os defeitos apareçam e daí surge a sensação de ter sido enganado, o que provoca muita raiva", diz.
O rompimento problemático também acontece quando o vínculo entre o casal já estava deteriorado, sem respeito e amor. Quando a comunicação é falha e os dois não conseguem conversar, tampouco se escutarem, a probabilidade de a relação terminar mal é enorme.
Mas, sem dúvida, é a traição — assunto cercado de mitos e verdades — a principal responsável pelas picuinhas pós-ruptura. "Se há uma infidelidade, mesmo um casal que tenha tido um bom vínculo pode se separar de forma sofrida, às vezes até mesmo dramática, deixando um rastro de dor e rancor", pontua Carmen. Seja de qual natureza for, a traição tem um efeito devastador pela quebra da confiança e pelos acordos de lealdade entre o casal, explícitos ou não. O abalo é muito grande e a decepção, intensa.
"Independentemente das circunstâncias, é importante não fazer do ex maior nem menor do que foi. A oportunidade de construir uma história bacana com qualidade é de quem está vivendo o presente. Minha dica é: arregace as mangas e capriche na construção da história atual", fala Marina.
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