Supermercados de Bogotá viram espaços para mulheres denunciarem violência
Mulheres da capital da Colômbia que estão sendo vítimas de abusos domésticos podem buscar ajuda em centenas de supermercados e farmácias. A medida faz parte de uma nova campanha lançada ontem para combater o aumento da violência de gênero vista durante o isolamento do coronavírus.
O programa envolve mais de 630 supermercados de três redes diferentes e as farmácias "Farmatodo" de Bogotá, onde os gerentes de lojas estão sendo treinados para saber como atender mulheres que procuram ajuda e como contatar a polícia.
A cidade de 8 milhões de habitantes e o restante do país estão sujeitos a um isolamento rígido desde o final de março na tentativa de conter a disseminação do coronavírus, que infectou cerca de 4.350 pessoas e matou ao menos 200 em toda a Colômbia.
"A violência doméstica não deveria ser vista como um problema que ocorre 'a portas fechadas'", disse Diana Rodríguez, chefe dos assuntos da mulher da prefeitura de Bogotá que concebeu a iniciativa.
"Lançamos uma nova estratégia, #EspaçosSeguros, para que as mulheres que estejam sofrendo violência em casa possam denunciar isso e ser acudidas", disse ela em um comunicado.
"Nenhuma mulher deveria ter que ficar com seu agressor, as instituições estão prontas para apoiar as mulheres. Deveríamos estar em casa, mas em casas sem violência."
Cartazes sobre a campanha foram instalados em vitrines de lojas e divulgados nas redes sociais.
Mulheres que estão morando com seus abusadores durante o isolamento têm dificuldade de pedir ajuda, e as tensões decorrentes das tarefas domésticas mais simples e de questões mais dramáticas, como a perda do emprego, podem degenerar facilmente em violência, dizem especialistas.
Em Bogotá, o disque-denúncia de abusos domésticos do governo tem recebido uma média de 471 ligações e mensagens de WhatsApp por dia — um aumento de 160% desde que a quarentena começou.
Em toda a Colômbia, 13 mulheres foram assassinadas desde a adoção do isolamento, muitas delas mortas por namorados e maridos em casa, mostram números do governo.
Países de todo o mundo relatam aumentos da violência doméstica durante os confinamentos do coronavírus, um desdobramento que a Organização das Nações Unidas (ONU) descreveu como uma "pandemia fantasma" crescente.
Na América Latina, governos como os do Chile, México, Argentina e Colômbia ampliaram o disque-denúncia, adicionaram serviços de mensagens e mantiveram abrigos e tribunais de família abertos para amparar as vítimas.
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