Marcela e Daniel do BBB revelam bissexualidade. Todo mundo é meio bi?
Marcela e Daniel se relacionaram durante o BBB 20, mas os dois têm outra característica comum: são bissexuais.
Nesta sexta (24), Marcela contou ao youtuber Matheus Mazzafera que é bissexual. "Eu tinha medo de me posicionar. Tinha medo de, como médica, dizerem que era bi [e prejudicar minha carreira]. Os relacionamentos com mulheres eu não assumia", abriu o jogo.
Daniel já tinha dito que era bissexual. Ao mesmo apresentador, contou que quase fez parte de um ménage masculino.
"Ela queria muito os dois. Eu pensei: 'Vou, quero ter essa experiência Aí chegou no fim, ele alugou um apartamento e ela não quis. A gente já era amigo. Ficamos a tarde toda conversando sobre isso. Tínhamos nos conhecido num hostel. Eles eram viajantes. Eu não sei se o outro cara era bissexual, mas a gente ia fazer. Eu queria para ter essa experiência", diz.
Afinal, todo mundo é um pouco bissexual?
A bissexualidade foi investigada pelo pai da psicanálise Sigmund Freud e centenas de pesquisadores após ele. Freud popularizou a ideia de que todo mundo é meio bissexual com a obra "Três Ensaios sobre a Sexualidade", de 1905.
Apesar da defesa, não há consenso biológico se todo mundo é mais ou menos bi. Uma sociedade mais livre e mais desapegada é uma maneira para explicar por que parece ter mais pessoas que se declararam bissexuais por aí.
Segundo a sexóloga Ana Canosa, do podcast Sexoterapia, a nova geração se mostra mais livre e aberta a se autorreferenciar como bissexual.
"Acho que o fato de essa geração estar mais livre do condicionamento binário heteronormativo favorece que eles se investiguem mais, sejam mais curiosos ou que permitam que determinados tipos de atração e desejo sejam mais palpáveis, venham mais para perto da sua orientação e sua atração. A juventude hoje tem mais essa liberdade de experimentar", pontua Ana.
Não é uma fase, tá?
Apesar disso, a bissexualidade não é uma "curiosidade" ou uma cerveja a mais na balada. "Bissexualidade existe como orientação sexual, não é uma fase nem dúvida. E ser bi não é necessariamente ter 50% de atração pelos dois gêneros. É possível tender mais para um lado que para o outro", diz Ana.
Uma pesquisa feita pela agência de publicidade J.Walter Thompson em 2015 confirma essa percepção. O levantamento realizado com 1.632 pessoas no Reino Unido mostrou que 43% dos jovens de 18 a 24 anos se identificaram em algum espectro entre a heterossexualidade e a bissexualidade.
A influência externa, então, pode ter facilitado. "Freud deixava no ar a ideia de que nossa psique nasceria flex, e que, ao longo do processo de desenvolvimento, vamos nos orientando mais para a heterossexualidade ou para a homoafetividade, e isso depende de uma série de fatores — inclusive da abertura de cada um", afirma a sexóloga.
Ouça Sexoterapia
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