Agredida e em cárcere privado, mulher é salva por gerente de banco em SC
Uma mulher que estava sendo agredida pelo namorado e mantida por ele em cárcere privado conseguiu se libertar graças à ajuda de uma gerente de banco em Blumenau, Santa Catarina. O caso aconteceu na sexta-feira (24).
Acompanhada pelo agressor, que não a deixava sair sozinha, a mulher foi sacar dinheiro no caixa eletrônico. O cartão travou no caixa e, por isso, ela precisou entrar na agência. O companheiro, no entanto, estava sem máscara, de uso obrigatório no estado, e teve que ficar do lado de fora.
"Ela estava bastante alterada, chorando. Ele estava na calçada, vigiando. A gerente a levou para um lugar mais reservado e entrou em contato conosco para relatar a provável situação de violência doméstica", contou o delegado responsável pelo caso, David Sarraff.
O casal estava junto desde janeiro e morava na mesma casa fazia apenas um mês. As agressões, segundo ela contou à polícia, começaram na Páscoa. Depois de um encontro familiar, o homem teve uma crise de ciúmes e bateu nela, além de tentar estrangulá-la. O namorado também destruiu o celular dela, para que não pudesse contatar amigos nem parentes, e a ameaçou de morte.
"Ela só podia sair com ele. Com o isolamento social, a situação acabou passando despercebida para a família dela", diz o delegado.
A polícia foi ao banco e prendeu o homem. Ele foi indiciado por ameaça, lesão corporal e cárcere privado, e já tinha sido condenado por furto e roubo. O sujeito está em prisão preventiva. A mulher foi libertada do agressor e está em segurança.
"A subnotificação é uma característica da violência doméstica mesmo em tempos normais por vários fatores. A violência psicológica e a diminuição da autoestima já causam um isolamento social. É comum o agressor distanciar a vítima de seu círculo familiar e de amigos, sempre puxando para o parentesco dele", explica Sarraff.
"A questão do isolamento por causa da pandemia tende a aumentar a incidência dos casos, porque cria um ambiente mais favorável para o agressor."
O delegado ressalta a necessidade de mostrar que as mulheres não estão sozinhas. "Esse caso mostra a importância de as pessoas intervirem nos ambientes públicos ou privados. Se suspeitar de uma amiga ou parente que esteja passando pelo problema, converse com ela, deixe claro que ela não está sozinha", avisa.
"Se necessário, crie uma frase de ajuda para emergência", sugere.
Nunca é demais lembrar que os serviços de proteção à mulher estão em funcionamento. Em Santa Catarina, eles podem ser acionados pelo (48) 98844-0011, WhatsApp e Telegram. No país todo, pelo 180 e também pelo aplicativo Direitos Humanos BR.
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