Suspeito de abuso sexual contra miss MT é detido
Um ajudante de pedreiro de 24 anos, que não teve o nome divulgado, foi detido na noite de ontem suspeito de perseguir e abusar sexualmente da Miss Mato Grosso 2019, Ingrid Santin, de 26 anos, no último domingo (26), em Rondonópolis, cidade a 218 quilômetros de Cuiabá.
De acordo com a Polícia Militar, o suspeito já tinha outras três passagens pela polícia por importunação sexual e havia sido preso por se masturbar próximo a uma loja da cidade, em janeiro deste ano.
"Através da foto que a vítima tinha do suspeito, nós conseguimos verificar que se tratava do mesmo homem que já havia sido preso anteriormente. Com isso, já tínhamos o nome e o local onde ele morava. Ontem, tentamos encontrá-lo e, no fim do dia, o achamos trabalhando em uma obra na cidade", explicou o tenente-coronel Gleber Candido Moreno.
Em vistoria na casa do suspeito, no bairro Rosa Baroro, os policiais encontraram a camiseta usada no dia do crime relatado pela miss. Além disso, a moto e o capacete que aparecem nas imagens também estavam com o ajudante de pedreiro, segundo a polícia.
"A primeira passagem policial dele foi em 2015 por ato obsceno e importunação sexual. Em janeiro, ele foi preso na cidade cometendo o mesmo crime. Em março, já nas ruas, há mais uma passagem contra ele. Dessa vez registrada por uma adolescente que ele teria perseguido", acrescenta o tenente-coronel.
Com a prisão, Ingrid foi chamada para fazer o reconhecimento do suspeito. A miss esteve na delegacia na noite de ontem e relatou ao UOL como foi esse momento.
"Foi bem difícil. Eu chorei na hora, acho que de alívio porque estava com medo de que ele não fosse pego e me fizesse algum mal, Mas ele está preso. Me sinto aliviada de saber que ele não fará mais isso com outras mulheres e que a justiça foi feita", disse a modelo.
O caso
A miss Ingrid Santin procurou a polícia e denunciou que foi perseguida e abusada sexualmente por um homem no bairro Granville, em Rondonópolis, no último domingo.
Segundo a modelo, ela seguia de moto para a casa da irmã quando percebeu que estava sendo perseguida por um homem, também em uma moto. A jovem relata que o suspeito a seguiu por vários quarteirões até a avenida Maria Martins Fontura, onde aconteceu o abuso.
"Pensei que ele iria me assaltar. Tentei acelerar a moto e ultrapassar uma caminhonete que estava à frente para me desvencilhar, mas não consegui. Nisso, o motociclista se aproximou e ficou bem ao meu lado. Senti que ele colocou a mão entre as minhas pernas e apalpou minhas partes íntimas", relata a miss.
No desespero, Ingrid conta que começou a buzinar e a gritar para tentar chamar a atenção de moradores do bairro e conseguir ajuda. "Minha reação foi puxar a moto para o lado. Eu quase caí. Comecei a gritar e buzinar para ver se alguém me socorria, mas não havia ninguém na rua. Então o motociclista virou e foi embora e eu consegui chegar até a casa da minha irmã, que estava próxima.
Na segunda-feira, Ingrid relata que procurou a Delegacia Especializada da Mulher (DEDM) para registrar a ocorrência. Mas a jovem relata descaso no atendimento. Ela afirma que, no momento do registro, um policial questionou se ela havia anotado a placa da motocicleta em que o homem estava e que sem essa informação o registro não serviria para nada, já que eles não teriam como tentar localizar o suspeito.
"Fiquei indignada com esse posicionamento do policial e insisti que queria fazer o registro. Eu tinha as características do homem e relatei tudo na ocorrência. Diante da minha insistência, o boletim foi registrado. Mas, para minha surpresa, não foi como abuso sexual ou estupro. O policial colocou como causa da ocorrência 'natureza diversas'. Esses crimes não podem ser tratados dessa maneira", desabafa a modelo.
Ainda segundo Ingrid, ela refez o trajeto onde o abuso aconteceu e conseguiu identificar câmeras de segurança de residências e comércios que poderiam ter flagrado a ação. A vítima afirma que é possível ver o suspeito a seguindo durante o trajeto.
O drama do abuso e a situação enfrentada na delegacia foram relatados por Ingrid em um vídeo postado em seu perfil no Instagram. Segundo a modelo, o desabafo foi uma forma de chamar a atenção da população para os abusos sofridos diariamente por mulheres e que não recebem a devida atenção das autoridades.
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