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Titi Müller revela medo de dar à luz em meio à pandemia: 'Desesperador'

Titi Muller está grávida de Benjamin - Reprodução/Instagram
Titi Muller está grávida de Benjamin Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para Universa, em São Paulo

04/05/2020 17h00Atualizada em 04/05/2020 17h01

Titi Müller anunciou, no começo do ano, que está grávida de seu primeiro filho ao lado do marido, o músico Tomás Bertoni. Pouco tempo depois, a pandemia do novo coronavírus apareceu com força para mudar todos os planos da familia.

Em entrevista para a revista Marie Claire publicada na tarde de hoje, a apresentadora revelou sua angústia de dar à luz em um momento tão complicado. "Dá muito medo porque estar grávida, por si só, já é abraçar o desconhecido e não tem nada na vida que nos prepare para passar por isso durante uma pandemia. Tenho passado por sentimentos muito contraditórios e ambivalentes: ao mesmo tempo que dá muito medo, isso também nos dá muita força. É desesperador e sou arrebatada por um sentimento de gratidão de estar vivendo este momento em meio à pandemia", contou.

"É tudo muito potente. Não tem o que fazer senão confiar mais do que nunca. Temos de confiar no processo da vida, no nosso corpo, na natureza e pensar que tanta mulher, ao longo de tantas gerações, pariram em situações de guerra, de limite extremo, durante pandemias e, ao final, a vida dá um jeito", complementou.

Titi também contou que antes da pandemia se alastrar, contava com o apoio profissional de massagista, doula presencial, acupuntura e terapia. Agora, a realidade é outra. "A única pessoa que vejo, além do meu marido, é o médico que faz meu ultrassom. Eu entendi que é empoderador porque todas as ferramentas que eu preciso já estão no meu corpo, mas também precisarei ir para o hospital", afirmou.

"Estava pensando em parir em casa, me programei para isso, mas acho difícil que role. Estou controlando uma diabetes gestacional, quero ver se ela consegue reverter até o final do oitavo mês, mas - de qualquer forma - terei de passar pelo hospital para realizar os ultrassons e não tem o que fazer além de confiar", lamentou.

Além disso, Titi também contou no bate-papo que, no momento do parto, seguirá protocolos muito rígidos para evitar o contágio, como por exemplo, ter apenas o marido presente no momento do nascimento da criança e não receber os familiares nem na recepção.

"Tem maternidades que proíbem a presença da doula e fotógrafo. Será um acompanhante por pessoa, sem a presença da família para ter todo o cuidado, com equipamento de EPI. Na volta para casa será bem diferente de tudo o que a gente estava imaginando: eu planejava uma rede de apoio com minhas irmãs em casa, uma enfermeira para me ajudar no primeiro mês, mas nada disso vai acontecer, vamos ser só nós dois. Uma casa, comida, todos os cuidados com ele", relatou.

Ela continuou: "O Tomás vai conseguir ficar duas semanas sem trabalhar, totalmente em função disso, mas este tempo é pequeno. Vou ter de dar conta de tudo e não sei como vai ser. Vou me virar. Me espelho na minha mãe que se virou com três filhas, em um pequeno apartamento em Porto Alegre, sem ajuda e deu tudo certo e comigo será igual".

Titi revelou que gostaria de fazer parto normal, mas devido às circunstâncias, não sabe se isso será possível. "Dá muito medo sim porque é algo muito brutal. É quando a gente entra em contato com nossa mulher interior selvagem de forma escancarada e bruta. Estou preparando minha cabeça porque se ela está boa, tudo estará certo. É preciso ficar mais preparada mentalmente do que propriamente ao corpo ou ao períneo".

"Se por algum motivo não acontece o parto normal e tem de partir para a cesárea, a frustração é algo que virá. A gente tem de entender o imponderável: entrar em um avião, sem saber o destino, passar por várias turbulências e tendo de confiar apenas no piloto. Este piloto é o seu corpo e o avião não vai cair mesmo depois de uma pane. Vai dar tudo certo. Tomara que role o parto normal, mas se não der, eu vou tentar não ficar tão frustrada porque eu vejo muitas mulheres idealizando o parto sem anestesia ou humanizado em casa de uma forma, talvez, não saudável", ponderou.