Adele reaparece mais magra e levanta debate sobre padrão estético
Cinco meses depois de um hiato no Instagram, a cantora Adele publicou uma foto em que aparece mais magra nesta quarta-feira (6), celebrando seu aniversário.
Mas, muito mais do que felicitações pela data, os mais de 100 mil comentários se dividiram entre elogios e críticas ao corpo da cantora: parte dos seguidores enveredaram por "você está maravilhosa" e "tá magra, hein?", tipo de comentários que atacam diretamente a autoestima feminina por, muitas vezes, associarem a beleza à magreza. Outros, se mostraram preocupados com a saúde física da Adele — "você está doente?", questionou uma seguidora.
Os motivos do emagrecimento também entram na baila dos comentários. Há pouco mais de um ano, a britânica terminou seu casamento com Simon Konecki e a perda de peso foi vista como "revenge divorce" ("vingança após divórcio"), como se fosse uma reviravolta atrelada ao homem com quem ela se relacionou. Alguns seguidores comentaram, ainda, se ela estaria usando drogas ilícitas que a fizessem perder peso assim.
Não é de hoje que o ganho ou a perda de peso da cantora viram centro das atenções. Em janeiro, Adele fez uma breve aparição pública — e suscitou críticas por já ter aparecido com quilos a menos. Falar sobre o corpo de Adele tem tudo a ver com a forma com que vemos pessoas gordas na sociedade, explicam especialistas, e com como somos "sommeliers de corpos", como opinou a colunista de Universa, Nina Lemos.
Não elogie a magreza de alguém
A liberdade e a diversidade de corpos, especialmente no universo feminino, é pauta cada vez mais relevante na sociedade, mas o emagrecimento de Adele ainda causa comoção. Por que?
Para a nutricionista especialista em saúde pública Joseane Bessa, quem acha que ela "está maravilhosa agora" repete um padrão de pensamento relacionado ao cumprimento de expectativas e pressões sociais — para muita gente, ficar magra é a conquista de algo muito desejado. A preocupação com a saúde de quem emagreceu, explica, também pode ter a mesma origem.
"O emagrecimento é entendido por muitos como o resultado de um esforço tremendo, que costuma requerer dietas muito restritivas, que beiram um comportamento de transtorno alimentar. Quando vemos pessoas emagrecendo muito rápido logo surge essa preocupação sobre estar doente", explica a nutricionista.
Do mesmo modo, a vontade de dar parabéns por isso está associada ao fato de que, de alguma forma, a pessoa cumpriu a expectativa e a pressão social para ser magra.
"Beleza, a magreza, a elegância, o bem-vestir, a atratividade ainda são moedas de valor para a mulher na nossa sociedade; já para o homem, o que vale é ser bem sucedido, ter poder, ser inteligente", comentou a nutricionista comportamental Paola Altheia em entrevista para Universa.
Erros da dieta (mas dieta não é um erro)
Repensar a dieta ou querer emagrecer não é um problema — cada mulher é dona de seu corpo e tem total direito de tê-lo como achar melhor. Mas é preciso observar se isso está sendo feito por vontade própria e se o emagrecimento está sendo conduzido da maneira adequada. "Fazer dieta muito restritiva pode levar a compulsão alimentar e ao efeito sanfona, dificultando ainda mais a perda de peso. Ficar muitas horas sem comer e tomar remédio sem orientação também são ações que colocam a nossa saúde em risco e pode dificultar ainda mais o processo de emagrecimento."
Não se sabe como se deu o processo de emagrecimento de Adele. Mas, independentemente de como ele tenha sido feito, inspirar-se no emagrecimento dos outros é uma cilada. A linha mais moderna da nutrição, a comportamental, defende que a alimentação deve estar em harmonia com a rotina, os gostos, a história de cada um. "É preciso se perguntar sobre de que forma a alimentação impacta na sua vida", diz Joseane.
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