7 lições que Michelle Obama ensina no documentário "Minha História"
O documentário "Minha História", que estreou na Netflix na última quinta-feira (7), cruza a trajetória da ex-primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama com a história de jovens negras, desconhecidas, e traz lições sobre como seu posto de uma das pessoas mais conhecidas do mundo foi cercado por questões raciais. Ao longo de 1 hora e 29 minutos, o especial mostra a turnê de divulgação do livro de mesmo nome, lançado por Michelle em 2018.
Conversando com grupos de meninas que buscam inspiração e representatividade negra, Michelle leva a elas e ao público detalhes sobre sua luta para se firmar no campo acadêmico e na política. Não faltam, ainda, cenas e declarações sobre o apoio mútuo entre ela e o ex-presidente Barack Obama (com quem, inclusive, ela revela que faz terapia de casal).
A vida de Michelle é de sucesso, mas não vale para todas. É importante dizer que a narrativa de "é só lutar que conseguimos", para grupos minorizados, é cheia de dificuldades, obstáculos sociais, que nem sempre resultam no alcance de posições de poder como aconteceu com ela e com o marido, Barack.
O que inspira na história de Michelle? Universa separou 7 aspectos para repensarmos sobre o papel da mulher negra na sociedade e como as conquistas da ex-primeira dama dos Estados Unidos rompem alguns estereótipos.
Documentário "Minha História": lições de Michelle Obama
Nascida no lado sul de Chicago, Illinois, Michelle Obama conta que, desde a infância, viu a família ser alvo de atitudes racistas. No documentário, ela lembra por exemplo de quando a vizinhança branca da região passou a deixar o bairro quando outras famílias afro-americanas, como a dela, se instalaram na região.
Em tom inspirador, Michelle busca incentivar jovens negras e o público que a assiste nos eventos sobre o livro a se esforçarem para se manterem em uma vida escolar, acadêmica. A causa, aliás, é uma preocupação da ex-primeira dama e da Fundação Obama, a qual ela se dedica agora para promover ações educacionais a adolescentes.
"Quero todas as garotas deste planeta tenham as mesmas oportunidades que tive para seguir sua educação e seus sonhos. Mas agora, mais de 98 milhões de meninas adolescentes em todo o mundo não estão na escola", pontuou, em discurso pela entidade no Dia Internacional da Mulher.
A seguir, mais falas e questões inspiradoras de Michelle:
1. Na vida acadêmica, sonhar muito alto não existe
Michelle conta que seu irmão mais velho, Craig, foi estudar em Princeton, e ela também decidiu frequentar a Universidade. Uma professora, no entanto, a disse que ela estava sonhando demais. Michelle não aceitou aquela limitação, "que foi um soco no estômago" e se formou na instituição em Sociologia, com especialização em estudos afro-americanos. Depois, seguiu a carreira acadêmica estudando Direito em Harvard.
2. Mulheres negras precisam perseverar na invisibilidade
Ao conversar com uma turma de jovens negras, uma delas pergunta a Michelle como ela superou a invisibilidade. "Eu nunca me senti invisível", disse a ex-primeira dama. "E eu não me sentir invisível, hoje, é porque meus pais sempre fizeram eu me sentir visível. Não veio das coisas que estava acontecendo no mundo, mas do que acontecia na minha mesa de jantar".
3. O racismo é sempre muito cruel
Michelle diz que nos anos 70, famílias negras se mudavam para bairros norte-americanos e eram motivo de "pavor" entre a população branca, que fugia para o subúrbio. Ela fala sobre como a tentativa de mostrar que alguém ou um grupo "não pertence" a algum lugar é uma expressão de racismo.
4. A parceria vale muito no relacionamento
O relacionamento de Michelle e Barack Obama também faz parte das lições deixadas por ela no documentário. Ela conta que o engajamento do marido em questões sociais também a desafiou a buscar conhecimento. "Eu não queria ser apenas um acessório dos sonhos dele", diz. "Então isso me forçou a pensar, a trabalhar e a tomar decisões, como a de deixar a advocacia".
5. Terapia de casal ensina a buscar felicidade sozinha
Quando o documentário toma uma perspectiva mais íntima, Michelle fala sobre o quão importante foi respeitar e se atentar às fases da vida em família, como a maternidade e os altos e baixos do casamento.
"A terapia me ajudou a olhar como eu controlo minha própria felicidade dentro do casamento", apontou.
6. O estereótipo de "negra raivosa" ainda precisa ser destruído
Durante a campanha presidencial para o que viria ser o primeiro mandato de Barack Obama como presidente dos EUA, em 2008, Michelle conta que passou a ser alvo dos opositores do marido, na política e da mídia. Por essa razão, viu charges, comentaristas de TV, matérias reforçando o padrão preconceituoso de que mulheres negras são raivosas, histéricas e não conseguem se controlar ao falar, ao se referirem a ela.
"Por isso, parei de falar de improviso, precisei ser roteirizada", comenta. "Eu começava a acordar para a verdade de quem podemos ser. E me preparei para esperar o pior das pessoas. A única coisa que eu podia fazer era dizer que aquilo doía".
7. É possível estar na Casa Branca e mudar o legado
A ex-primeira dama diz em entrevista no documentário que antes de ocupar a Casa Branca viu que os mordomos, a maioria, afro-americanos ou latinos, usavam sempre smoking. Ela decidiu mudar essa perspectiva para que as filhas do casal Obama, Malia e Natasha, não os vissem sempre em condição de servidão, associada à roupa.
"Eu não queria que minhas filhas crescessem com essa imagem. Isso não me parecia certo, sabe?". Michelle conta que também pediu às governantas para que elas deixassem as meninas aprenderem a cuidar e a limpar os quartos, para que entendessem sobre a rotina de uma casa.
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