Comitê Olímpico do Brasil tem curso EAD obrigatório contra assédio sexual
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) lançou um Curso de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e Abuso no Esporte. Trata-se de um material gratuito, em formato EAD, com carga horária de 30h, destinado a todos os profissionais envolvidos com o esporte. A realização do curso é obrigatória para atletas e todos os membros de comissões técnicas que participarem dos Jogos Olímpicos de Tóquio, previstos para 2021.
"O público-alvo principal é composto por atletas, treinadores, gestores e demais agentes envolvidos no esporte. Mas é aberto também para familiares e profissionais dos meios de comunicação que estão próximos ao setor", explica Soraya Carvalho, ex-ginasta que hoje é gerente do Instituto Olímpico Brasileiro, em entrevista para Universa.
O curso é dividido em quatro módulos: no primeiro, explica o que é assédio e abuso, diferenciando as possíveis categorias; no segundo detalha os sinais e ensina a identificar uma situação do tipo; em terceiro mostra os canais de denúncia e trata sobre a prevenção. No último, aponta o que as organizações esportivas podem fazer com relação ao tema de acordo com as legislações vigentes.
A ex-nadadora Joanna Maranhão, que foi vítima de abuso sexual na infância por parte de um treinador e hoje comanda a ONG Infância Livre, que atua no combate à pedofilia, participa do curso através de um depoimento gravado.
Em entrevista para Universa, ela destaca a importância da iniciativa. "Sabemos que se trata de um problema endêmico, muito velado e silenciado, por isso é um passo importante, uma semente de transformação. A curto prazo acredito que possa aumentar o número de denúncias, por exemplo. Que bom que as federações e confederações têm canais de ouvidoria, que devem ser capacitados para fazer essa escuta, a fim de colher informações e fazer o devido encaminhamento".
Soraya reforça que, como no caso de Joanna, um dos principais fatores que contribuem para o assédio é a diferença de poder. "O esporte faz parte da sociedade, ele não está em uma bolha. E o assédio sexual tem como característica ser um abuso vertical, ou seja, que acontece de cima para baixo, quando uma pessoa é mais forte do que a outra". Por isso ela defende que as relações hierárquicas, como entre treinadores e atletas, precisam de maior atenção.
Durante a quarentena o curso atingiu a marca de 3 mil inscritos e pretende chegar a 7500 pessoas até o final do ano.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.