'A infância é maior que o governo', diz Damares sobre combate a violência
Em transmissão ao vivo feita hoje com o Secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maurício José Silva Cunha, a ministra Damares Alves criticou organizações que se recusam a trabalhar com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) por "uma questão tão somente política":
"Tem tanta gente, tanta instituição que não quer se unir ao ministério por uma questão tão somente política. Gente, a infância é maior que o governo. Não gosta da ministra? Tudo bem, esse cargo é passageiro, vem para a secretaria."
Na live, a dupla apresentou os planos do MDH para lidar com os dados do balanço de 2019 de denúncias do Disque 100, divulgados hoje pela manhã.
A pasta revelou que, no ano passado, foram feitas 86,6 mil denúncias contra todos os tipos de violações de crianças e adolescentes no ano passado. Desses registros, 11% correspondem a violência sexual, o que significa 17.029 casos. Em 40% dos casos, o abuso foi praticado pelo pai ou padrasto.
Para o secretário, o Brasil precisa "vencer o mito" de que o abusador é sempre um desconhecido: "Em 95% dos casos o abusador é alguém que a vítima conhece, que a família confia."
Maurício e Damares anunciaram que o ministério pretende estabelecer diversas parcerias para combater o abuso infantil: nas próximas semanas, a pasta deve promover um evento de busca de crianças desaparecidas em parceria com a CBF. A ideia é que clubes e personalidades do futebol do Brasil e de outros países divulguem fotos e outras informações que possam auxiliar na localização dessas crianças.
"Estamos também em negociação com o Facebook para instituir, como já existe nos Estados Unidos o Alerta Amber e na Argentina o Alerta Sofia, um alerta virtual para que quando uma criança desaparece, todas as pessoas ao redor dela recebam as informações", explicou o secretário.
Outra questão que preocupa a pasta é a queda nas denúncias de violência contra a criança. Isso porque não houve, efetivamente, uma diminuição na violência, e sim uma subnotificação durante a quarentena: quem denuncia geralmente são profissionais da educação, e com as aulas suspensas, isso é impossível.
Para solucionar esse problema, o secretário e a ministra incentivam que vizinhos denunciem qualquer suspeita de abuso por meio do Disque 100 ou do aplicativo Direitos Humanos Brasil.
"Estamos conversando com instituições de ensino superior para termos psicólogos disponíveis para atender essas crianças no pós pandemia. Também com instituições como CRAS, CREAS, CAPS, todo mundo focado no atendimento da criança porque as sequelas ficam pro resto da vida e elas vão permanecer. Nossas crianças estão sofrendo neste momento e ninguém está olhando por elas", afirmou o secretário.
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