Kuwait cria lei para ajudar poligâmicos a enfrentarem a quarentena
A pandemia do novo coronavírus virou um obstáculo para famílias do Kuwait que vivem em poligamia. Muitos homens casados com múltiplas mulheres, com mais de uma residência, têm enfrentado dificuldade para estarem presentes com todas elas, uma vez que o país do Oriente Médio está em um restrito lockdown - isolamento total.
Abu Othman é um dos milhares de homens que está numa situação semelhante. Ele tem duas esposas, que moram em casas diferentes. "Minha vida ficou tão complicada...", lamentou o homem de 45 anos, pais de dez crianças destas duas mulheres, à AFP.
"Estou me movendo constantemente entre elas", afirmou Abu, que diz não poder escolher entre as duas. Abu se casou com sua primeira mulher em 2001 e a segunda em 2006.
O país adotou o lockdown por ter mais de 15 mil casos e 118 mortos até aqui. Na última semana foi anunciado o isolamento total, com suspensão de todas as atividades não essenciais.
Sob os decretos novos, cidadãos só podem sair para fazer compras como de mercado uma vez a cada seis dias. É necessário um certificado digital para isso. Há penas como multas de US$ 16 mil ou até prisão para quem desobedecer ou sair sem máscara de casa.
Solução para os poligâmicos
Tendo em vista este problema, o Kuwait introduziu permissões especiais para que maridos em poligamia possam visitar suas esposas, o que só pode ocorrer em visitas de uma hora de duração, duas vezes por semana.
No islamismo de Abu e muitos outros indivíduos do Kuwait, homens muçulmanos podem se casar com até quatro mulheres. Isso é explicado pela garantia que esta medida daria de homens garantirem o bem-estar de viúvas e órfãos dos que lutaram pelo Islã.
Os homens têm de tratar todas as suas esposas igualmente e com justiça.
Hoje, esta tradição vem caindo. Países como a Tunísia aboliram a prática. No Kuwait, mais de 8% das famílias têm este formato.
Outro poligâmico do Kuwait vivendo situação complicado é Abu Abdulaziz. "Pela primeira vez, não tenho conseguido ver meus filhos", disse ele, à AFP. Hoje, ele mora com a segunda esposa e os pais.
A primeira esposa está em uma área a 15 quilômetros, dificultando suas visitas. À AFP, esta primeira esposa reclamou da situação, mostrando o dilema vivido por lá. "Ele poderia ter escolhido ficar comigo."
*Com informações da AFP
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