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Mãe não julga: Como você faz o seu filho dormir?

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Juliana Tiraboschi

Colaboração para Universa

29/05/2020 04h00

Qual é o jeito certo de fazer uma criança dormir? Você deveria dar chupeta ao seu filho? Na sua casa, as crianças podem jogar videogame? Quando nos tornamos mães, vivenciamos os dilemas dessas pequenas escolhas do dia a dia e, percebendo o quanto é difícil criar uma criança, fazemos um pacto velado de não julgar outras mães. Mas isso nem sempre é o que fazemos na prática.

"Mãe não julga" é uma nova seção de Universa, criada para compartilhar histórias de mães que optaram por caminhos muito diferentes em determinados aspectos da criação dos filhos. Para mostrar que na maternidade não há regras, há caminhos.

Nesta seção de estreia, vamos ouvir a história de Regilene Finamor, que montou uma rotina regrada de sono desde o nascimento de sua filha, e de Iara Margolis, que não se importa em não ter rotina.

E você? Como lida com o sono dos seus filhos? Deixe nos comentários o seu depoimento.

"Mariah sempre dormiu no berço e no mesmo horário: ter uma rotina funciona bem pra gente"

"Eu gosto de rotina porque acredito que ela faz o bebê se sentir mais seguro. Estabelecer uma rotina de sono também foi importante para mim — eu trabalho em casa — e também para a vida do casal. Quando ela era bebezinha, a rotina de relaxamento começava no banho, por volta das 19h. Depois disso, íamos para o quarto, desligávamos a TV e todo mundo baixava o tom de voz. A partir do momento em que a gente entrava no quarto, ninguém mais entrava.

Aí ela mamava no peito e eu a colocava no berço. Até os cinco meses ela dormia em um berço estilo moisés, no meu quarto. Depois, passou para o berço, no quarto dela. Se ela chorava, eu a acalmava sem tirá-la do berço. Também não deixava que, durante o dia, ela dormisse no colo. Não que eu não desse amor para ela, mas essa rotina funcionou pra gente.

Mesmo em viagens nós seguimos a rotina. Passamos 20 dias viajando e conseguimos, quase sempre, manter os horários de alimentação e sono. Aproveitávamos o dia para, de noite, ela dormir cedo. Aí eu e meu marido ficávamos tomando um vinho no quarto do hotel. Nas poucas vezes em que saímos para jantar, fomos cedo e levamos o carrinho para ela dormir.

Agora ela tem uma rotina com somente uma soneca durante o dia. Depois do almoço ela já pede a Duda, sua boneca inseparável, e deita na caminha para dormir. Ter uma rotina funciona bem pra gente, mas tivemos que abrir mão de algumas coisas."

Regilene Finamor, 33 anos, especialista em marketing e mãe da Mariah, 1 ano e 11 meses, de São Paulo

"Tally dorme na hora que ela quer: acredito que criança quando chora, precisa de afeto"

"Aqui em casa adotamos a filosofia do não sofrimento. Quando minha filha nasceu, tentamos fazer ela dormir no berço, mas se ela resmungava eu já a pegava no colo — não conseguia deixá-la chorando no berço. Com apenas três semanas, ela teve bronquiolite. Tínhamos que medir a febre dela constantemente. Então, compramos um daqueles berços que se acoplam na cama para ela dormir perto da gente. Ela ficou dormindo ali até chegar no limite de peso. O berço fixo, do quarto, usávamos mais para a soneca da tarde.

Quando Tally tinha 1 ano, trocamos o berço por uma bicama. Hoje ela decide onde vai dormir — na cama dela ou na nossa — e o horário em que vai dormir. Pode ser às 19h ou à 1h da madrugada. A gente tenta colocá-la na cama num certo horário, mas, se ela quiser sair, nós deixamos. Se ela acorda de madrugada, eu explico que ainda é noite. Mas, se ela insistir em sair, eu brinco com ela e depois voltamos para o quarto, sem forçar.

O lado negativo desse estilo é que não tenho muita gestão da minha noite. Não me importo em passar a noite em claro, mas entendo que existem pais que não têm essa disponibilidade. Apesar de ser uma rotina pesada, esse grude e carinho com ela é muito gostoso.

Acredito que uma criança com pais presentes terá menos lacunas emocionais no futuro. Não estamos seguindo padrões e fórmulas e está dando certo."

Iara Margolis, 35 anos, engenheira, professora universitária e mãe de Tally, de 1 ano e 7 meses, de Recife