Topo

Com câncer aos 24 anos, noiva posterga tratamento para congelar embriões

Getty Images
Imagem: Getty Images

De Universa, em São Paulo

02/06/2020 15h27

O sonho da maternidade biológica e o medo de não poder realizá-lo fizeram com que a jovem britânica Georgia Day, 24, postergasse a quimioterapia para combater um câncer de mama e assim poder passar por um congelamento de óvulos. A exposição ao tratamento poderia deixá-la infértil, e isso foi decisivo para que ela decidisse não iniciá-lo, diz reportagem no site do Metro.

Noiva de Isaac McCarthy, 24, um programador de computação, ela ficou arrasada quando descobriu a doença, no mês passado. Os dois planejavam se casar em outubro, mas por causa do diagnóstico e da pandemia do novo coronavírus, a cerimônia foi adiada.

Georgia trabalhava como recepcionista, mas perdeu o emprego em março. Ela diz que não pensava em formar uma família até conhecer Isaac.

"Ainda estamos arrasados porque todos os planos que tínhamos para o futuro precisaram mudar e se moldar ao fato de eu ter câncer", ela diz. "Perdi meu emprego, fui diagnosticada com câncer e agora não posso me casar. Todos os problemas estão se acumulando. Pode piorar?", lamenta.

No próximo mês, Georgia começará um tratamento agressivo a ser realizado a cada duas semanas por um período de cinco meses.

Casos na família

Aos 21 anos, Georgia descobriu que tinha uma alteração no gene BRCA2, o que a coloca em maior risco de desenvolver câncer de mama e de ovário. Por conta disso, ela faz check-ups regularmente.

A avó de Georgia, Sheelagh, 72, sua mãe, Jess, 44, e sua irmã, Danielle, 26, também carregam o gene.

"Em abril, tive dores na axila, mas não havia um nódulo. Um dia, tive uma dor aguda no seio, fui segurá-lo e senti um nódulo", conta a jovem. "Fiquei devastada. Eu imediatamente sabia que havia algo errado e pensei que era câncer. Eu sabia, no fundo. É uma situação difícil, e com a pandemia, não pude contar pessoalmente à minha família e amigo."

Embriões que não portam o gene podem ser escolhidos especificamente para que seus filhos não tenham o que Georgia descreve como "um passo no câncer".

Ela disse que, se os embriões congelados não funcionarem para ela e o marido futuramente, o casal partirá para a adoção.

Georgia conta sua história para aumentar a conscientização sobre a importância de examinar os seios regularmente.

"Quero que as pessoas examinem seus seios e estejam cientes de como seu corpo está mudando. O câncer não escolhe conforme a idade. Eu não ligo se você vai à academia 24 vezes por semana, você ainda pode ter câncer."

"Se eu tenho aos 24 anos, qualquer um pode, e a saúde é uma das coisas mais importantes", ela defende.

Agora, o casal está arrecadando dinheiro para quando finalmente puder oficializar a união.