Enforcamento causa danos ao cérebro e deve se tornar crime, defende estudo
O enforcamento durante o sexo pode aumentar o risco de derrame e lesões cerebrais, mesmo que a pessoa não perca a consciência, alertam cientistas.
No Reino Unido, parlamentares discutem incluir a prática de "estrangulamento não fatal" na lei de violência doméstica. Segundo o The Independent, especialistas encorajam que isso aconteça porque ajudaria a combater o crescente número de assassinos do país que alegam que as mulheres morreram durante "sexo violento" quando, na realidade, cometeram feminicídio.
Pela primeira vez no Reino Unido, um relatório descobriu que é comum o estrangulamento não deixar indicações visíveis de lesão, mas causar sintomas dias ou até semanas após o incidente.
Pesquisadores da Universidade de Bangor e médicos do Serviço de Lesões Cerebrais do Norte de Gales descobriram que as sequelas do estrangulamento podem incluir parada cardíaca, acidente vascular cerebral, aborto espontâneo, incontinência, distúrbios da fala, convulsões, paralisia e outras formas de lesão cerebral a longo prazo.
"Nós já sabíamos o potencial dano às vítimas", alerta o estudo. "Mas, pela primeira vez, uma pesquisa sintetiza as evidências médicas em sua totalidade."
Segundo o veículo britânico, em 1996 duas mulheres por ano em média foram mortas ou feridas durante o que os acusados chamavam de "sexo violento consensual", mas esse número aumentou dez vezes e subiu para 20 mulheres por ano até 2016.
A reportagem calcula que o estrangulamento é a segunda causa mais comum de derrame em mulheres com menos de 40 anos.
O estudo constatou, ainda, que mais de 50% das mulheres sujeitas a violência doméstica sofreram estrangulamento e que pelo menos 20% das mulheres que sofreram agressão sexual foram estranguladas.
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