"Meu submisso é hétero, casado e sente tesão em se vestir de bailarina"
A designer carioca Elisa, de 40 anos, teve sua primeira relação sadomasoquista há dez anos, quando se descobriu uma dominadora. "Conheci meu submisso pela internet. Ele me apresentou aos joguinhos de dominação e submissão, e quando tive de optar por um papel nessa brincadeira, escolhi a dominação. Percebi que eu tinha muito prazer naquilo", contou ao podcast Sexoterapia, que discutiu o papel da raiva na sexualidade.
Qual a relação entre raiva e prazer? Existe um limite entre o joguinho sexual — que inclui uma dose de violência consentida, como no BDSM — e o abuso?
Contrato sexual
Uma relação só pode ser nomeada como BDSM se for consensual, explica a dominatrix Dommenique, que também é pesquisadora do BDSM e de fetiches. "É um jogo que permite que se acesse a raiva com segurança, sem prejudicar nenhuma das partes envolvidas. Tudo é feito dentro dos limites de um contrato estabelecido entre as duas partes", explica. A especialista explica que, em uma cena BDSM, o prazer não necessariamente está ligado à genitalidade, ao sexo em si, mas em todo o ritual de dominação e submissão envolvidos.
É assim na experiência de Elisa. Ela conta que têm alguns submissos fixos, como a Sissi. "Ele é heterossexual, casado, tem filhos, mas sente tesão em se vestir de bailarina. Eu fico excitada em humilhá-lo", conta. "Visto ele de mulher e, em troca, faço coisas que ele detesta. Por exemplo, ele não gosta de ser penetrado com minha cinta-pau. Ele chora de ódio, mas tem de deixar. Esse é o joguinho."
No entanto, a maior parte das relações de Elisa são baseadas exclusivamente nos joguinhos de dominação e submissão. É daí que vem o prazer. "O único cara que deixo me comer é um que gosta de ser asfixiado, porque é muito bom ser penetrada por alguém que está sendo asfixiado. Com os outros é só um prazer sádico", afirma.
A sexóloga Ana Canosa afirma que existem explicações fisiológicas para essa sensação prazerosa desencadeada pela dominação e submissão. Ela cita uma pesquisa que avaliou os níveis hormonais de casais praticantes de sadomasoquismo. "O objetivo foi justamente tirar o estigma do BDSM, mostrar que existe, de fato, uma recompensa física que inunda o corpo de prazer, como ficou comprovado", conclui.
Acompanhe o Sexoterapia
Ira é o tema do vigésimo episódio do podcast Sexoterapia, que em sua terceira temporada vai falar do sexo e os sete pecados capitais. Nesse episódio, as apresentadoras Marina Bessa, editora chefe de Universa, e Ana Canosa, sexóloga, recebem a a dominatrix e pesquisadora do BDSM Dommenique.
Sexoterapia está disponível no UOL, no Youtube de Universa e nas plataformas de podcasts, como Spotify, Apple Podcasts, no Castbox e Google Podcasts.
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