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Irlandesa acredita que foi estuprada por novo suspeito do caso Madeleine

Caso Madeleine McCann pode ajudar a desvendar estupro de mulher irlandesa - PA MEDIA
Caso Madeleine McCann pode ajudar a desvendar estupro de mulher irlandesa Imagem: PA MEDIA

Do UOL, em São Paulo

09/06/2020 09h28Atualizada em 09/06/2020 12h12

A irlandesa Hazel Behan estava prestes a completar 21 anos de idade quando foi atacada por um homem encapuzado na Praia da Rocha, em Portugal, no ano de 2004. O criminoso invadiu o apartamento onde ela estava hospedada de madrugada, enquanto ela dormia, e a estuprou e a espancou por cerca de cinco horas.

Em entrevista publicada hoje pelo site britânico The Guardian, ela diz que decidiu expor sua história 16 anos depois porque desconfia que seu estuprador seja o homem apontado como novo suspeito no caso Madeleine McCann. O alemão Christian Brückner, 43, é investigado pelo desaparecimento e abuso sexual de outras crianças e foi condenado a oito anos de prisão pelo estupro de uma turista americana de 72 anos, em Portugal, em 2005.

Após saber dos detalhes do crime cometido contra a idosa americana, com semelhanças ao método que seu agressor usou contra ela, Behan pede a revisão da investigação de seu caso. O criminoso nunca foi identificado.

"Eu vomitei, para ser honesta, porque ler sobre isso me levou de volta à minha experiência", ela afirma.

"Aspectos humilhantes"

Na época do ataque, Behan trabalhava para um resort turístico a 30 minutos de distância do local onde a menina Madeleine McCann desapareceu, em 2007.

"Nos últimos 16 anos, eu tive pouca esperança de que encontrariam o homem que fez isso. Me foi dito na época que eu deveria ficar quieta, que se eu falasse sobre o que havia acontecido, eu traria má publicidade ao resort e afastaria os turistas."

Assim que ela percebeu que o estuprador tinha deixado o apartamento, Behan correu pelo corredor para chamar a polícia na recepção do resort. Ela disse que cerca de 30 policiais chegaram logo depois, levando-a de volta para o quarto "onde me pediram para me despir e ficar em uma posição de salto de estrela enquanto tiravam fotos minhas. Esse foi um dos aspectos mais humilhantes de toda a situação", ela conta ao site.

A mulher foi levada para um hospital local, onde um ginecologista a examinou, mas ela não sabe se foram obtidas provas forenses. Ela afirma que nenhuma tentativa foi feita para examinar seus ferimentos em busca de provas.

Quando ela voltou ao quarto, vários dias depois, com os pais, sua mãe encontrou uma unha da vítima na cama, que deve ter sido arrancada na briga inicial com o agressor. "Portanto, não estou muito confiante de que eles examinaram o quarto atentamente."

"Eu acho que se a polícia tivesse feito seu trabalho ao investigar o que aconteceu comigo, se este é realmente o mesmo homem que atacou a americana e sequestrou Madeleine McCann, eles poderiam ter impedido o ataque a ela (a americana), e Madeleine agora estaria em casa com seus pais."

Esperança

Behan, que mora na Irlanda com o marido e dois filhos, deu uma declaração à Polícia Metropolitana de Londres, que a informou que entraria em contato com a polícia portuguesa.

"Eles ofereceram tudo o que podem fazer para me ajudar", disse ela. "É a primeira vez em 16 anos que recebo ajuda de um oficial. Vivo na esperança de finalmente terminar um capítulo extremamente difícil da minha vida."

Ela acrescentou: "Falar sobre isso é difícil, mas acho que é a coisa certa a fazer".