Após críticas, L'Oréal se desculpa e inclui modelo demitida em conselho
A presidente da L'Oréal Paris, Delphine Viguier, postou hoje na conta da empresa no Instagram um pedido de desculpas à modelo trans Munroe Bergdorf e anunciou que ela aceitou participar de um conselho sobre diversidade e inclusão que será criado pela empresa.
A empresa foi alvo de críticas após postar uma mensagem de apoio ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), que ganhou força em virtude da morte do americano George Floyd — um segurança negro que foi asfixiado por um policial branco no dia 25 de maio, nos EUA.
Após a declaração da L'Oréal, Munroe Bergdorf criticou a postura de empresas que tentaram se associar ao movimento sem rediscutir sua política interna. A modelo teve o contrato rompido com a L'Oréal em 2017, mas não citou diretamente a empresa.
Questionada nas redes, a presidente da L'Oréal Paris afirmou hoje lamentar o ato tomado há três anos. "Lamento a falta de diálogo e apoio que a empresa mostrou a Munroe na época do término [do contrato]. Deveríamos também ter feito mais para criar uma conversa sobre mudanças, como estamos fazendo agora".
"Aqui está o que eu ouvi dela: três anos atrás, Munroe se sentiu silenciada por uma marca, L'Oréal Paris, que tinha o poder de ampliar sua voz. Embora ambas concordemos hoje que rótulos negativos não devem ser usados para definir todos os indivíduos em qualquer grupo, eu entendo muito melhor a dor e o trauma que estavam por trás das palavras de Munroe naquela época e a urgência que ela sentiu ao falar em defesa da comunidade negra contra o racismo sistêmico."Em 2017, a L'Oréal cancelou o contrato com Munroe após a modelo postar nas redes sociais que não tinha mais energia para falar sobre a violência racial praticada por "TODAS as pessoas brancas". A mensagem foi escrita como resposta às manifestações pró-supremacia branca em Charlottesville, nos Estados Unidos.
Munroe foi a primeira modelo trans contratada pela empresa e estrelou uma campanha sobre diversidade.
Em entrevista ao site britânico The Guardian, ela criticou marcas e empresas da indústria da moda que tentaram se associar ao movimento sem rever as próprias políticas internas.
"Você não pode usar um movimento marginalizado para lucrar ou melhorar sua reputação. Pessoas brancas precisam ver a humanidade em nós — eu acho que a sociedade nunca deixou de nos ver como propriedade", disse a modelo ao The Guardian.
Parceria com a L'Oréal
De acordo com a presidente da L'Óreal, a conversa com a modelo foi "honesta, transparente e vulnerável". A executiva pediu desculpas a Munroe e anunciou que a modelo foi convidada para fazer parte de um conselho de diversidade e inclusão.
"Eis como avançaremos: ao nos unirmos em nossa defesa contra todas as formas de racismo, agiremos juntos. O Grupo L'Oréal está formando um Conselho Consultivo de Diversidade e Inclusão no Reino Unido, dentro e fora da empresa, que influenciará e informará nosso plano de ação", diz Viguier.
"Convidei Munroe a participar deste conselho e agradeço a ela por ter aceitado graciosamente. Honraremos a defesa de Munroe pelas comunidades trans e negra."
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