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Nigéria declara estado de emergência por estupro após onda de protestos

11.jun.2020 - Mulheres nigerianas participam de campanha de conscientização sobre a violência sexual, em Lagos - Adekunle Ajayi/NurPhoto via Getty Images
11.jun.2020 - Mulheres nigerianas participam de campanha de conscientização sobre a violência sexual, em Lagos Imagem: Adekunle Ajayi/NurPhoto via Getty Images

De Universa, em São Paulo

12/06/2020 12h48Atualizada em 12/06/2020 15h13

Os governadores dos 36 estados da Nigéria resolveram declarar estado de emergência por estupro após uma onda de violência sexual contra mulheres no país, diz o site da rede americana de notícias CNN.

De acordo com o Fórum do Governador da Nigéria (NGF), após reunião realizada esta semana, foi pedido aos estados que estabeleçam um registro de criminosos sexuais e que assinem duas leis federais que punem o estupro e a violência contra mulheres e crianças.

O Fórum também convidou os chefes de polícia do país a informar os governadores sobre os esforços que estão fazendo para combater a violência sexual e de gênero na Nigéria, disse Kayode Fayemi, presidente da NGF, em um comunicado.

O fórum existe para promover a colaboração entre os governadores executivos do país em questões de política pública e para promover a boa governança, afirma em seu site.

Revolta após casos brutais de estupro

A declaração de estado de emergência ocorre em meio à revolta de grupos de defesa dos direitos das mulheres e pedidos de justiça após o estupro brutal de duas estudantes.

O país vem passando por uma série de incidentes violentos contra mulheres em vários locais, nas últimas semanas.

A estudante Uwaila Omozuwa morreu no fim de maio, alguns dias depois de ser atacada enquanto estudava em uma igreja na cidade de Benin. Sua família disse à CNN que ela foi estuprada, e a polícia afirmou que seus agressores a atingiram com um extintor de incêndio durante o crime.

Outra universitária, Barakat Bello, foi estuprada e morta durante um ataque em sua casa em Ibadan, no dia 1º de junho, segundo o grupo de direitos humanos Anistia Internacional.

Os nigerianos foram às ruas, em todo o país, para exigir ações urgentes contra o estupro e justiça para as vítimas, enquanto a Anistia exigiu do governo nigeriano que declarasse uma "crise nacional" por estupro.