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'Eu não me arrependo', diz homem que motivou decisão histórica nos EUA

Joseph Fons com bandeira do orgulho gay em frente ao prédio da Suprema Corte dos EUA - TOM BRENNER
Joseph Fons com bandeira do orgulho gay em frente ao prédio da Suprema Corte dos EUA Imagem: TOM BRENNER

Do UOL, em São Paulo

16/06/2020 14h01

Gerald Bostock é um dos homens que processou seus empregadores após ser demitido por revelar sua orientação sexual.

O processo movido por Bostock e outras duas pessoas motivou a decisão histórica da Suprema Corte dos Estados Unidos que proíbe a discriminação no ambiente de trabalho e a demissão por orientação sexual e identidade de gênero.

Ele foi demitido em 2013 do departamento de serviços de bem-estar infantil no Condado de Clayton, na Geórgia, onde trabalhava, após entrar para a Liga Gay de Softbol de Hotlanta.

"Eu certamente não me arrependo de ingressar nessa liga gay de softbol", disse em entrevista ao Buzzfeed.

Quando foi demitido, Bostock tratava um câncer de próstata. Sem o emprego, ele não tinha acesso ao seguro de saúde. Os EUA não têm um sistema universal e gratuito de saúde como é o SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil.

Ele contou que estava trabalhando quando viu pela TV a chamada sobre a decisão. "Pode ter havido um grito ou dois", diz ele, sobre a celebração ao ouvir a notícia. "Isso apenas grita justiça para todos".

As outras duas pessoas que moveram o processo coletivo junto de Bostock e da ONG ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis, em tradução livre), morreram antes do resultado.

Donald Zarda perdeu o emprego de paraquedista em 2010 depois de dizer a um cliente que era gay e morreu em um acidente de salto em base em 2014. Já Aimee Stephens, uma mulher trans que lutou depois de perder o emprego em 2013 quando começou a usar roupas femininas, morreu em maio deste ano.

"Estou triste porque não estão aqui conosco para experimentar essa alegria e sua vitória", disse Bostock.