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BBC promete gastar R$ 650 mi em 3 anos com séries 'diversas e inclusivas'

Michaela Coel em cena de "I May Destroy You", série da BBC em parceria com a HBO - Divulgação
Michaela Coel em cena de 'I May Destroy You', série da BBC em parceria com a HBO Imagem: Divulgação

De Universa, em São Paulo

22/06/2020 09h00

A BBC, principal emissora de TV do Reino Unido, prometeu gastar 100 milhões de libras esterlinas, o equivalente a mais de R$ 650 milhões, em conteúdos "diversos e inclusivos", com criadores, elenco ou personagens negros, asiáticos ou "de diferentes descendências étnicas".

Segundo o Deadline, o dinheiro será tirado do atual orçamento de produção da BBC, e deve ser gasto nos próximos três anos. Além disso, a emissora prometeu que, a partir de abril de 2021, ao menos 20% de todas as equipes das séries que produz serão não-brancas.

O anúncio vem após pressão de membros da indústria do entretenimento britânica. Uma carta aberta pedindo mais diversidade na produção de filmes e séries no país foi assinada por 3.500 artistas, incluindo Michaela Coel ("Chewing Gum", "I May Destroy You"), Chiwetel Ejiofor ("12 Anos de Escravidão", "Doutor Estranho") e Colin Firth ("O Discurso do Rei", "Kingsman").

Protestos

O diretor geral da BBC, Tony Hall, relacionou a decisão diretamente com os protestos antirracistas que eclodiram pelo mundo após a morte do segurança negro norte-americano George Floyd sob custódia policial.

"O assassinato brutal de Floyd, e o que ele nos diz sobre o problema do racismo sistêmico, teve um impacto profundo em todos nós. Nos questionamos sobre o que podíamos fazer para ajudar, e como podíamos levar mais inclusão à nossa organização, e à sociedade como um todo. Esta é a nossa resposta", disse.

Charlotte Moore, diretora de conteúdo da emissora, citou o papel do diretor Steve McQueen, com quem a BBC trabalhou na ainda inédita série "Small Axe", nesta iniciativa: "Ele me desafiou, e à BBC, a criar metas significativas [de inclusão] e agir com rapidez. Ele estava certo".