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Mãe não julga: seu filho pode usar celular e videogame? Por quanto tempo?

Giovana Granchi/UOL
Imagem: Giovana Granchi/UOL

Juliana Tiraboschi

Colaboração para Universa

29/06/2020 04h00

Qual limite você dá para o uso de telas eletrônicas na sua casa? Acha que tablets e celulares fazem parte da vida contemporânea ou limitam o desenvolvimento das crianças? "Mãe não julga" é uma seção criada para compartilhar histórias de mães que optaram por caminhos muito diferentes em determinados aspectos da criação dos filhos. Para mostrar que na maternidade não há regras, há caminhos.

Nesta edição, abriremos o espaço para as experiências de Elane Schoenfeld, que não tem regras de horários ou dias e dá aos filhos acesso amplo ao tablet, celular, computador e videogame, e de Priscila Dias, que restringe o acesso ao videogame e TV, e mesmo assim, em horários restritos.

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"Meus filhos são livres para fazer o que quiserem, desde que respeitem os outros"

"Aqui em casa não temos regras para o uso de eletrônicos. Meus filhos sempre usaram tecnologia desde cedo. Nunca limitei horário. Ele tem liberdade para ver TV na hora em que quiser, menos nos horários das aulas, que agora, na quarentena, também são online.

Para o videogame, também não tem regra de horário ou dia para jogar. Mas eu vejo se o jogo é adequado para a idade e meus filhos sabem que não devem conversar com estranhos em jogos online. Os meninos são livres para fazer o que quiserem, desde que respeitem os outros, não invadam o espaço dos outros e cumpram com suas responsabilidades.

O Estevão não é tão ligado no celular, o negócio dele é o tablet. Ele criou um canal no YouTube, chamado Garoto Web Toys, para falar de games e diversão. Ele mesmo edita os vídeos no tablet. Ele está até mais responsável, tem o comprometimento de postar vídeo todos os dias.

Mas meus filhos não ficam só bitolados nos eletrônicos. Eles também desenham muito bem, o Estevão pinta quadros, brinca com o cachorro, ambos praticam esportes. Sempre tem espaço para outras coisas. Eu acredito que a criança que não pode brincar com eletrônicos, quando pega, não quer largar. O proibido é mais gostoso.

Criei o meu filho mais velho da mesma maneira que crio o mais novo. Ele fala inglês fluente, que aprendeu jogando games online, respeita as pessoas e entrou no curso de biotecnologia da Universidade de São Paulo (USP) aos 17 anos, estudando por conta própria. Nunca teve uma cobrança para isso. E acredito que a tecnologia nunca tenha atrapalhado."

Elane Schoenfeld, 45 anos, assessora de imprensa, de São Paulo, e mãe de Eduardo, 17 anos, e Estevão, 9 anos

"Isso sempre foi natural para nós, as crianças não veem como um castigo"

"Eu e meu marido não somos de usar muita tecnologia. Gostamos mais de praticar esportes, e acho que passamos isso para nossos filhos. Preferimos gastar nosso tempo com atividades ao ar livre, jogos de tabuleiro e em equipe. Meus filhos não têm tablet nem celular, e também não deixo eles usarem o meu aparelho. Eles têm acesso a TV e videogame aos fins de semana, por cerca de uma hora a uma hora e meia em cada dia. Mas costumamos sair para passear aos sábados e domingos, então não sobra muito tempo para as telas.

No ano passado, meu filho mais velho pediu um celular. Meu marido queria dar, mas argumentei que ter internet é uma grande responsabilidade para os pais, não dá para dar um celular para a criança sem ter fiscalização. Tenho uma vida muito corrida, não quero ter essa responsabilidade neste momento. Como ele quer o aparelho para jogos e assistir a vídeos no YouTube, estou pensando se não seria interessante dar um computador para ele. Vamos amadurecendo a ideia. Também não posso deixá-lo em uma bolha, perdido no meio dos amigos.

Minhas principais preocupações são com o tipo de conteúdo que ele vai acessar na internet e com os perigos para a privacidade e a violência online. Tenho que pensar como vou orientá-lo. Na escola eles têm aulas de robótica e informática e há uma preocupação grande em orientá-los sobre segurança na internet. Isso está me ajudando a pensar em flexibilizar o uso de eletrônicos.

Agora, durante a quarentena, eu flexibilizei os horários do videogame e deixo eles usarem o celular para falar com familiares. Mas, quando passar, pretendo voltar para a rotina anterior. Tem tantas outras coisas para fazer além dos eletrônicos... Mas isso sempre foi natural para nós, as crianças não veem como um castigo.

Priscila Dias, 38 anos, advogada, de Osasco (SP), e mãe de Vinícius, 9 anos, e Renato, 6 anos