Caso Homem-Pateta: como manter seu filho protegido dos perigos da internet
Nos últimos dias, diversos perfis surgiram nas redes sociais com o nome de Jonathan Galindo, apelidado Homem-Pateta, incentivando crianças e adolescentes a praticarem desafios perigosos e suicidas. O caso lembra outros que já deixaram pais e mães bastante preocupados, como o jogo da Baleia Azul, de 2017.
Autoridades já investigam as intenções e os possíveis crimes cometidos por esses perfis. Na segunda-feira (29), a mãe de um garoto disse ao programa "Encontro com Fátima Bernardes", da Globo, que o filho estava conversando com uma pessoa, por meio de um perfil nas redes sociais com o nome Jonathan Galindo, que insinuava que a criança se jogasse de um prédio.
É um caso que traz à tona, mais uma vez, a discussão sobre a exposição dos pequenos à internet, o que muitas vezes é difícil de monitorar e controlar. E, de novo, também vem a pergunta: como proteger as crianças dos perigos das redes sociais, que podem incluir assédios, cyberbullying e pedofilia? Veja, abaixo, algumas respostas.
Diálogo é fundamental
O primeiro passo para fazer um acompanhamento de perto é estabelecer o diálogo. Os pais devem conversar com os filhos com o intuito de orientar sobre os riscos que a internet oferece. E, nessa conversa, vale estabelecer uma relação transparente e de confiança, com os adultos alertando sobre os conteúdos digitais acessados e sobre as possíveis pessoas que possam entrar em contato com as crianças.
"Os pais devem ter livre acesso aos dispositivos eletrônicos dos filhos, que precisam saber disso. É um combinado que deve ser estabelecido desde o início, pois a própria privacidade é uma conquista gradual", afirma a psicóloga Bia Sant'Anna*, especialista em Neuropsicologia pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Supervisionar sempre
Em um mundo ideal, as crianças deveriam estar conectadas à internet apenas sob o olhar dos pais. Na vida real, no entanto, o tempo é cada vez mais escasso e poucos são os adultos que conseguem monitorar os pequenos tão de perto. Nesses casos, é possível instalar nos dispositivos, gratuitamente, ferramentas que verificam as páginas visitadas e bloqueiam certos conteúdos.
"Sem supervisão de um adulto, elas ficam expostas a conteúdos inapropriados à idade e ao nível cognitivo e emocional. Isso pode criar pensamentos e crenças distorcidas na forma de organizar seu mundo tanto interno quanto externo. Além disso, cria-se o hábito de elas se entreterem de modo solitário e passivo", afirma a psicóloga Bia Sant'Anna.
Denuncie perfis inadequados às autoridades
Uma maneira fácil de denunciar ou pedir ajuda é por meio do Disque 100, que hoje está vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), e recebe relatos de todo tipo de violência contra a criança, gratuitamente, de qualquer localidade do Brasil.
Se for o caso de procurar uma delegacia, veja se há, em sua cidade, uma especializada em crimes digitais. Em São Paulo, por exemplo, há a Delegacia de Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos (DIG/DEIC) e, no Rio de Janeiro, a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI).
Com informações da matéria Filhos e internet: os perigos da exposição.
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