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Alemanha vai 'reabilitar' soldados alvos de homofobia no serviço militar

01.07.2020 - A ministra da defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer, fala à imprensa em Berlim - Getty Images
01.07.2020 - A ministra da defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer, fala à imprensa em Berlim Imagem: Getty Images

De Universa, em São Paulo

08/07/2020 11h19

O governo alemão está preparando uma lei para compensar e "reabilitar" os soldados gays, lésbicas e bissexuais que foram alvos de discriminação no exército do país antes de 2000.

O ano em questão marcou a revogação de uma lei que impedia soldados LGBTQ+ de assumirem posições de comando dentro do serviço militar. O ministério da defesa alemão promete entregar a lei até setembro, de acordo com a agência de notícias Deutsche Welle.

A titular da pasta, Annegret Kramp-Karrenbauer, pediu desculpas publicamente pela discriminação, reconhecendo que muitos soldados LGBTQ+ foram impedidos de receber promoções que mereciam, e hoje têm pensões militares menores como consequência.

"Eu sinto muito por essa prática, que foi o padrão por muito tempo. Peço desculpas aos que sofreram com isso", disse. "Hoje, nosso discurso não é de tolerância, e sim de respeito, apreciação e estima. É por isso que é importante reconhecer os erros do passado, e começar o processo de mudança necessário para o futuro".

Histórico

Na Alemanha, a prática de atos homossexuais entre homens foi ilegal até o final dos anos 1960, o que significava que soldados que fossem descobertos gays poderiam ser condenados em tribunais militares por "ofensas sexuais contra a natureza".

Um veredito como esse poderia levar à redução da patente do soldado ou à sua demissão, enquanto civis que fossem enquadrados na mesma lei poderiam passar até cinco anos na cadeia.

Mesmo após a revogação da lei contra atos homossexuais, o exército alemão manteve a proibição oficial de soldados gays, lésbicas e bissexuais até 2000, considerando-os "riscos de segurança". Pessoas transgênero continuaram banidas do serviço militar alemão até 2014.