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Ao procurar máscara, ele achou absorvente e quis testar: "Sensação gostosa"

Vinícius usou absorvente por 30 minutos, postou experiência e viralizou na internet - Reprodução/Twitter
Vinícius usou absorvente por 30 minutos, postou experiência e viralizou na internet Imagem: Reprodução/Twitter

De Universa

08/07/2020 14h18

A criatividade da quarentena bateu forte para Vinícius Moraes de Castro, estagiário de mídias sociais da Prefeitura de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Ao procurar uma máscara para se proteger para sair de casa, o jovem de 25 anos achou um absorvente íntimo na gaveta e resolveu testar. Abaixou a cueca, abriu o produto e o colou no tecido.

O uso do absorvente passaria incólume a qualquer outra pessoa no mundo, se Vinícius não tivesse feito mais dois movimentos: ele tirou foto da peça íntima arreada, uma selfie no espelho, e publicou no Twitter. Pronto. Até agora a publicação que traz o relato de sua experiência tem quase 45 mil curtidas e 6 mil compartilhamentos e comentários.

Jovem testa absorvente e viraliza no Twitter

Quem menstrua sabe que usar absorvente descartável com frequência nem sempre é confortável — não à toa, as alternativas para coletar o sangue menstrual, como calcinhas absorventes e absorventes de pano, ganham espaço no mercado.

Para Vinícius, que não menstrua, colocar o produto entre as pernas não foi um problema. Era, afinal, a primeira vez que ele sairia de casa com absorvente, mas estava fora do seu radar, por exemplo, se preocupar com "vazamentos", em quanto tempo ele precisaria trocá-lo, entre outras questões que pessoas que menstruam enfrentam.

Para dar mais força à experiência de usar o absorvente por meia hora — o tempo que ficou na rua — as fotos foram para seu Twitter. E, claro, repercutiram e geraram vários comentários.

"Eu acordei para ir trabalhar, mas antes tinha que resolver umas coisas na rua. Procurei minha máscara e acabei também achando o absorvente, que não sei se era da minha mãe ou de uma amiga que morou com a gente por um tempo", conta para Universa. "Olhei, resolvei experimentar. No espelho, vi que estava bonito. E eu também achei confortável. Era como se não estivesse com nada".

Sobre a cueca preta, Vinícius colocou uma bermuda mais larguinha. E foi viver. "Fiquei offline e quando voltei para casa já tinha 2 mil likes no post. E comentários: meninas falando que queriam me ver usando por dias, ou com o sangue...E elas estão certas", avalia, admitindo que nunca terá a experiência completa, o que inclui perrengues e desconfortos durante o período menstrual. "Outras disseram: tinha que ser homem".

Vale dizer que fluxo de sangue intenso, cólicas, indisposição decorrentes da menstruação são mesmo dificuldades enfrentadas por quem menstrua — e que faz, segundo pesquisa, com que as pessoas tentem até adiar seus compromissos nesses períodos. Ou seja, menstruar não é meme.

"Só que minha intenção não foi ruim. Eu só queria usar absorvente, quieto, na quarentena", justifica. "E algumas meninas até comentaram que perceberam que estavam usando errado; isso porque eu coloquei a parte mais larga para trás, claro, sem saber se estava certo ou não".

"Cara burro que só está vivendo"

Além do estágio em mídias sociais, Vinícius conta que faz stand up de humor e que encarna um personagem em suas postagens no Twitter. Daí vem a falta de vergonha de publicar conteúdos mais divertidos. "Parece que quanto mais eu me humilho, mais eu hito", brinca.

"Eu me coloco nesse lugar de bode expiatório, de um personagem de um cara burro, ignorante, que só está vivendo. As pessoas podem até olhar para isso e pensar: 'Eu não quero ser assim'".

Usar acessórios ou roupas que são vistas como femininas, explica o jovem, nunca foi um problema para ele. "Eu saía vestido de mulher no Carnaval, é que hoje não vejo tanta graça assim...E até ano passado, eu fazia o stand up usando calcinha, e fazia algumas piadas para mostrá-la. Só que quando eu mostrava no show, as pessoas achavam normal". E é. Homens usam calcinha, por fetiche ou por qualquer outro motivo, e está tudo bem. "É que, na internet, as coisas são diferentes", conclui Vinícius.

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