6 formas de manter a vida de solteira agitada sem furar o isolamento social
O período de quarentena está aí para provar: cada pessoa lida com as adversidades da vida de forma diferente. Tanto é que, no time dos solteiros, existem aqueles que não querem nem ouvir falar sobre relacionamentos ou que estão com a libido mais baixa. A psicóloga Névia Rocha adianta que a reação é comum. "Há quem esteja preocupado com questões financeiras, de trabalho, lidando com problemas na família. Ou simplesmente considere o período mundialmente tenso demais para se focar na área afetiva agora".
Por outro lado, existem os solteiros que adorariam uma movimentação na vida amorosa, mas não sabem por onde começar. Afinal, meses atrás seria impossível agitar a vida de solteiro sem contato físico. Mas, especialistas garantem que há diferentes formas de sentir novamente o frio na barriga de iniciar uma relação sem precisar furar o isolamento social. Veja como:
1. Movimentar as redes sociais
O primeiro passo é manter a atividade nas redes. "O Instagram facilita o contato e tem sido bastante usado para os flertes", garante a psicóloga. Quem aposta nesse recurso é humorista e atriz Gessica Kayane. À Universa ela fala sobre a experiência da solteirice na quarentena. "A vida nesse quesito já não era antes um mar de rosas, porque não tinha muito tempo para sair com as pessoas. Agora, até tenho os contatos, mas não tem como ver ninguém. Parece que o solteiro sempre sofre", brinca.
Mas para conhecer pessoas novas durante a pandemia, o Instagram tem sido sua principal ferramenta. "A tática é curtir uma foto, fazer um comentário nos stories e, depois de algumas mensagens, falar: 'Ah, me passa seu Whatsapp porque aqui só dá pra mandar áudio curto'. E dar as famosas desculpinhas até desenrolar a conversa", conta.
2. Tirar o pó dos aplicativos de paquera
Se a ideia é ampliar a rede de contatos, o melhor é não deixar os apps às moscas. De acordo com o Badoo, os usuários estão enviando mensagens mais longas nos últimos meses. Uma das dicas da plataforma para alimentar o tempo de conversa é fazer perguntas mais íntimas, por exemplo sobre a infância do outro e seus planos para o futuro. Pode parecer loucura no cenário atual pensar a longo prazo, mas ajuda a lembrar que a situação é apenas temporária.
Já se o contatinho não está dando bola para a conversa, reclamação frequente entre os solteiros, o Tinder mostra como virar o jogo. De acordo com os especialistas do aplicativo, a primeira coisa a se fazer é observar a descrição no perfil da pessoa. Se ela não tiver uma, comece o papo perguntando o porquê. Outra possibilidade é dar ao outro duas verdades e uma mentira sobre você e pedir que adivinhe quais das informações é falsa, para aguçar a curiosidade e aumentar as chances de resposta. Mas, se preferir algo mais simples, também vale elogiar uma foto ou ser sincero admitir que não sabe muito bem o que dizer.
3. Usar o "oi sumido" com moderação
Há quem diga que, na impossibilidade de conhecer pessoas novas, as redes sociais tenham se transformado em uma chuva de pessoas buscando resgatar relações antigas. Até pode ser que a conversa flua e que ambos consigam resgatar um pouco da intimidade que tinham no passado. Mas antes de mandar "oi sumido", a psicóloga pede cautela. "Se a motivação é uma carência afetiva, a mensagem costuma ser a maior cilada emocional e tende a causar mais insatisfação do que felicidade", alerta. Depois de apertar o botão "enviar", uma avalanche de sentimentos mal resolvidos pode ser recriada. Então cuidado com as lives de sofrência sertaneja, para não cair na tentação de falar com aquele ex que, no fundo, nem era tudo aquilo.
4. Aprofundar as relações
Para aqueles que já estavam conhecendo alguém ou que encontraram uma pessoa promissora na pandemia, o tempo é uma oportunidade de aprofundar as conversas — e até desenvolver uma base sólida para uma relação no futuro. A situação é mais desafiadora para quem estava acostumado a multiplicidade de parceiros, sem pensar em compromisso. Ainda assim, Névia acredita ser um período bom para refletir sobre os afetos, ponderando se o modelo anterior estava sendo satisfatório e se pretende continuar com ele no futuro. Gessica Kayane concorda.
O pessoal está mais propenso, paquerador, querendo um chamego assim mais demorado". Gessica Kayane
"Acho que o povo fica pensando assim: 'Ah, podia me juntar com alguém na quarentena para ver se melhora a situação'. Eu mesma, tudo o que eu queria era um mozão, um boyzinho futuro para chamar de meu. Depois que tudo passasse a gente veria como as coisas ficariam", completa.
Já para os solteiros em busca de algo mais sério, a quarentena pode ser um teste para saber se a relação pode mesmo engatar.
É o caso de Andressa de Souza, de 27 anos, desenvolvedora de produtos, que mora em São Paulo. Ela conta que tem passado a quarentena em contato com dois pretendentes: um deles, conheceu durante uma viagem no último Carnaval, mas ele mora em Recife (PE). Já o segundo, que vive na Califórnia, nos Estados Unidos, ela conheceu através do Tinder há alguns meses e já estava tudo pronto para se encontrarem quando a pandemia começou.
É um sentimento estranho, de estar isolada, conversando com pessoas que estão em diferentes lugares do mundo. Mas, ao mesmo tempo, me sinto querida e ameniza a solidão". Andressa de Souza
E manter a conversa ativa no período de quarentena não é uma missão tão simples. "Como já desenvolvi intimidade com ambos, sei os assuntos que temos em comum. Ainda assim, como a vida anda parada e ninguém está fazendo nada, é difícil termos alguma novidade para contar", explica. Então sua tática é falar de filmes, séries, sobre a rotina no trabalho, desabafar sobre questões da vida, mostrar o que está aprendendo de novo e, o principal: marcá-los em memes nas redes sociais, como quem diz: "Lembrei de você".
5. Juntos, mas separados
Atualmente, a psicóloga reforça, existem tecnologias que ajudam as pessoas a se manterem conectadas sem que haja contato físico. Como exemplo, ela cita as videochamadas, que considera o melhor recurso para matar as saudades dos amigos e parentes. Elas também funcionam para quem namora, mas está longe do parceiro, ou para os solteiros que pretendem ter um encontro virtual.
Quem já passou pela experiência dos webdates confirma que é uma maneira divertida de se conhecer pessoas novas e que pode, inclusive, dar um gás na vida amorosa. Isso porque a câmera mostra os detalhes do rosto, do jeito e da voz de alguém, permitindo que os dois decidam se existe a atração física ou não.
Além disso, quando a conexão já está estabelecida, existem formas de mantê-la. "É possível, por exemplo, marcar de assistir um filme no mesmo horário. Se os dois gostam de jogos, podem fazer isso online enquanto interagem. Dá para pedir a mesma comida pelo aplicativo e jantar com o vídeo ligado", exemplifica Névia. Para quem não é chegado nas câmeras, ela cita os áudios ou ligações como opção para aproximar e sair da rotina de textões do Whatsapp.
6. Experimentar pra ver no que dá
Por fim, o ideal é ser flexível e testar as tecnologias em seus diferentes formatos para saber o que agrada. Rosana*, de 25 anos, conta que durante a quarentena aumentou a frequência com a qual pratica sexo virtual. "Já tinha trocado fotos e mensagens com outras pessoas antes, em ocasiões específicas, mas não era uma grande fã. Parecia sem sentido, já que pessoalmente as coisas eram muito melhores. Mas agora faço isso quase toda semana", diz.
Por questões de segurança ela prefere ter as conversas sempre com as mesmas pessoas e não mostra o rosto nas fotos sensuais. "Para ser sincera o que mais me excita não são as imagens que envio ou que recebo, mas saber que existe alguém do outro lado que está sendo estimulado por mim", diz. Por isso a prática que antes parecia sem sentido, depois de algumas tentativas que considera como "desajeitadas" pela falta de costume e de vocabulário, acabou se tornando importante. E agora puxar um papo quente com alguém não é mais um desafio.
Da mesma forma, quem antes não gostava dos aplicativos de paquera, de mensagens de bom dia no Whatsapp, de mandar áudios com mais de um minuto ou de se sentar em frente à câmera para bater papo, hoje pode experimentar sensações novas e mais intensas ao dar mais uma chance para as tecnologias.
* O nome foi trocado a pedido da entrevistada.
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